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terça-feira, 17 de junho de 2014

O primeiro reforço para 2014-15, o aperto no cinto e a burguesia

Era o mais tecnicista, criativo, talentoso e promissor jogador do plantel principal do FC Porto para 2013-14. Fez capas de jornais como poucos, bastava tocar na bola para as bancadas susterem respiração à espera de ver o que ia sair daquele pé esquerdo. No final, não cumpriu com as expectativas. Mas haverá alguém que o tenha cumprido na época passada?

Quintero: investir antes
de pôr a render
Quintero fez 34 jogos na época passada, mas foi titular em apenas 5 e em grande parte deles o tempo de jogo foi residual. Por isso, a SAD não foi forçada a comprar «mais Quintero» - tinha direito até 90% do passe, mas como Quintero não somou tempo de jogo suficiente o FC Porto mantém apenas os 50% que comprou em 2013, por 5 milhões de euros. Mas esse bolo vai crescer.

Quintero vai ser um dos investimentos para 2014-15, com a SAD a assumir a compra de maior percentagem do passe, que está na posse do Pescara. A crença de que Quintero vai explodir na próxima época está na base da decisão, que ainda assim obedecerá à mesma estratégia dos reforços que ainda vão chegar - despesas incluídas em 2014-15.

É um dado quase adquirido que a SAD vai fechar 2013-14 com prejuízo. Os primeiros nove meses deram prejuízo de 38,7 milhões de euros (mesmo incluindo a venda de Otamendi e libertando Lucho, o mais bem pago do clube) e o quarto semestre não será auto-sustentável, por isso para evitá-lo seria necessário incluir as vendas de Fernando, Mangala e Jackson, que teriam que ser concretizadas até 30 de junho. O calendário vai apertando e até Fernando, que recebeu ordens para interromper as férias no Brasil, viajar para o Porto e aguardar a luz verde para viajar para Manchester, acabou por regressar ao país natal com a situação por oficializar. 

Os reforços - na verdadeira acepção da palavra - só poderão ter entrada nas contas a partir de 1 de julho, caso contrário o prejuízo será ainda maior. A entrada, a ocorrer antes, só irá agravar o buraco de 2014-15, que por si só já será bem grande e obrigará a vendas logo em maio/junho, sem qualquer outro tipo de alternativa. Um orçamento de 90 a 100 milhões de euros é insustentável para qualquer clube português - sobretudo para um clube que faz uma má época e depende de mais-valias para cobrir metade da despesa - e o aperto no cinto vai chegar com naturalidade.

Mas o foco do texto está em Quintero, uma aposta para 2014-15. Já se percebeu que não deverá ter espaço para brilhar no Mundial, mas com o empenho, dedicação e humildade que em grande parte da última época não teve conseguirá tornar-se um «reforço» de peso.

Expetativas a cumprir,
pelo treinador e pelo clube
Curioso é seguir a tendência de alguma imprensa desportiva. Barrada e Brahimi são jogadores similares a Quintero, que se enquadram dentro de um determinado perfil: um 10 criativo, com qualidade de passe, visão de jogo, que joga melhor por dentro e que consegue desequilibrar em zona central (embora Brahimi seja melhor em drible em progressão e possa render na linha). Porque estaria Lopetegui à procura de um jogador como Barrada se já tem Quintero? Planos diferentes para o colombiano ou o pensamento de que ainda não está preparado para ser titular no FC Porto? O investimento da SAD no resto do passe deve responder à questão.

Chame-se à atenção à capa do jornal O Jogo de 16 de junho, ao referir-se à «lista cara» de Lopetegui. A imagem de que o FC Porto contratou um treinador burguês não vai pegar. A SAD, pela gestão nos últimos anos, será sempre a última a poder julgar a burguesia de um treinador, que neste caso não existe.

Lopetegui foi contratado para o FC Porto com um plano a seguir e com a necessidade clara de que seriam necessários reforços para determinados sectores. Até agora, Lopetegui não viu ser confirmado nenhum dos nomes que pediu. Pelo contrário, as chegadas de Ricardo e Sami são apostas unilaterais do clube (e o segundo vai ser dispensado no fim de Agosto). Ser contratações a custo zero não justifica, pois há serviços de intermediação, prémios de assinatura e salários a pagar. 

O investimento em nomes de que o treinador não precisa e que não vão obedecer à política do FC Porto (valorização e venda de activos) só pode dizer que, se há margem para isso, então tem que haver margem para corresponder ao pedido - e ao prometido - ao treinador. A não ser que haja um cinto diferente para cada calça.

1 comentário:

  1. E possivel, ou ate logico que ja se tenham contratado jogadores, e que por diversos ainda nao foram oficializados.... Mas a FC Porto sad ou o nosso grande presidente, podia ou antes deveria dar um boa noticia as socios e adeptos do nosso grande clube, depois de ano penoso, algo demonstrativo que as coisas estao a mudar, e nao e com samis que se vai la.

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