Pages

sábado, 21 de junho de 2014

Uma lição para 2014-15

Opinião do jornalista André Viana, no jornal O Jogo, 21-06-2014
Vale a pena recordarmos a época 2013-14? Vale. Valerá sempre. É uma época que não deve ser enterrada no passado, mas sim que deve ser esmiuçada ao máximo, perceber o que falhou, onde falhou, porque falhou, porque as falhas não foram corrigidas ou porque o foram já tarde. Se O Tribunal do Dragão tivesse tido a sua estreia na blogosfera há mais tempos, seria tema para largos dias. Como as atenções já estão voltadas para 2014-15, optamos pela versão curta.

Paulo Fonseca fez um mau trabalho no FC Porto. Não conseguiu perceber que parte do trabalho de um bom treinador é adaptar as suas ideias à equipa e não adaptar apenas a equipa às suas ideias. Mas foi apenas a ponta do iceberg de problemas que foi a época passada. Não é que tenha sido mal planeada. O problema é que o plano foi mal executado, mal gerido, mal remendado. Os resultados foram uma consequência de todo o resto. Treinador, SAD, grande parte dos jogadores: o cartório de culpas tocou a todos.

A lição de Paulo Fonseca
Com Herrera e Quintero a brilharem no Brasil, rapidamente surge a ideia entre alguns adeptos: a culpa, afinal, era de Paulo Fonseca, que não pôs os jogadores a render. Nada de que possa discordar mais. O plantel do FC Porto não tinha, efectivamente, qualidade suficiente para competir a bom nível na UEFA e para fazer frente a um Benfica que gastou muito e gastou bem; já nós gastámos muito, mas não necessariamente bem. Não para a época 2013-14.

Nomes como Reyes, Herrera, Quintero e Ghilas foram excessivamente caros para a época 2013-14. Mas podem tornar-se baratos para a época 2014-15. O processo de evolução é natural e não é caso raro os futebolistas sul-americanos precisarem de um maior tempo de adaptação. Mas não é por estes quatro jogadores - entre outros - começarem a render com Lopetegui que isso significa que o problema se esgotava no treinador. O plantel não tinha a profundidade necessária e não há barco que resista à despedida do seu comandante a meio da jornada. A certidão de óbito foi assinada com uma rescisão de luxo.

Águas passadas? Não. Águas onde o FC Porto tem que navegar. Na revista Dragões, o presidente diz que «não temos a capacidade financeira de alguns, mas sempre soubemos com menos fazer mais». O passado recente não diz isso, presidente, diz que temos feito menos com mais. E reporto às palavras do presidente por ser o único elemento da SAD a dar a cara após a má época. Não precisa de assumir que 2013-14 foi uma desilusão: precisa é de fazer o possível para 2014-15 não ser assim.

Pinto da Costa deixa a promessa: «Todos juntos vamos construir mais uma grande equipa.» Uma promessa agradável de se ler. Mas este também foi o mote da época passada e o plantel revelou-se curto. A questão: quem achou que o plantel para 2013-14 era suficiente para lutar pelo título? Não foi Paulo Fonseca, que não teve palavra nem para somar, nem para subtrair nomes ao plantel. Por isso, ouça-se o treinador, ouça-se Lopetegui. Paulo Fonseca ainda poderá, afinal, ter deixado uma valiosa lição no Dragão: não há super-estrutura que ultrapasse a importância do treinador.

2 comentários:

  1. Martins Indi ou Balanta? Como trinco e PL quem vira?
    Este ano a SAD mudou...apostou no Lopetegui...sera o fim das guerras? Espero que sim, mas tenho duvidas...e muitas.

    Pelo os vistos...vamos ter um grande plantel...Agora falta ao Lopetegui de mostrar o seu talento durante os 3 proximos anos...era bom sinal.

    Abraço.

    FCP777

    ResponderEliminar
  2. Queria o Michy, mas o Standard não deve andar muito contente com o fcp

    ResponderEliminar

De e para portistas, O Tribunal do Dragão é um espaço de opinião, defesa, crítica e análise ao FC Porto.