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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Chicotada psicológica

O termo «chicotada psicológica» é um dos mais bem conseguidos do léxico do futebol português. Porque trocar de treinador a meio da época é, sobretudo, retirar o ar pesado que se abate sobre uma equipa quando o treinador é contestado. Os jogadores são os mesmos, o trabalho desenvolvido até então é o mesmo, e muitas vezes o staff técnico também é o mesmo. Mas a disposição muda, pois o princípio básico quando se substitui um treinador é melhorar.

O FC Porto passou com tranquilidade e competência um teste que poderia tornar-se difícil. Exatamente o mesmo 11 do último jogo e uma primeira parte longe de ser brilhante, mas na segunda parte, sobretudo após o golo de Corona, a equipa soltou-se para uma agradável exibição.

Quarta-feira é dia de regresso ao Bessa, num jogo que certamente não será tão fácil como este último. É um ciclo em que seis dos próximos sete jogos são disputados fora do Dragão. Urge resolver a questão da equipa técnica o quanto antes, até porque não faz sentido reforçar e/ou arrumar a casa sem o aval do novo treinador.





Tração à frente (+) - Com ou sem cunho de Rui Barros, foi a grande mudança na estratégia do FC Porto em relação aos últimos jogos: o papel dos médios interiores no início de construção. Com Lopetegui, um dos médios baixava sempre para junto do trinco/pivô - e no último jogo viu-se o absurdo que era os três médios baixarem para o início de construção. Ontem, Herrera e André André nunca baixavam: Danilo Pereira ficava sozinho no início de construção, e os médios ficavam em zonas mais adiantadas para receber a bola. Isto pode ser um risco contra equipas que pressionam muito à frente, mas não num contexto de futebol português funciona bem. O FC Porto jogou mais a pensar na progressão e na baliza do que na linha de passe, o que fez a diferença.

O meio-campo (+) - Um regalo. Danilo fez um jogo quase perfeito, não só porque aguentou a retaguarda sozinho - deu velocidade à equipa no primeiro passe e, depois do 2x0, libertou-se para o ataque, tendo feito uma belíssima assistência e um belo golo de calcanhar. Herrera fez um jogo completo, de grande intensidade: apareceu na zona do ponta-de-lança (bom golo), esteve envolvido em todas as transições da equipa, impecável na variação de flancos, na pressão, na recuperação e a oferecer linhas de passe. André André esteve uns furos abaixo dos colegas de setor, mas não deixou de fazer um bom jogo, com a assistência para Herrera e no apoio aos flancos. Destaque ainda para a excelente entrada de Evandro na partida.


Outros destaques (+) - Além do envolvimento de Maxi Pereira e Layún (já leva 9 assistências) no ataque, é de destacar o papel de Brahimi e Corona nos flancos. O argelino é mais forte a puxar marcações; o mexicano é mais forte a furá-las. Brahimi foi o principal dínamo criativo da primeira parte, mas Corona roubou a cena pela forma como fez o 2x0 - pegar na bola, arrancar e rematar, com objetividade e velocidade. E claro, há que destacar Aboubakar. Começou por ser perdulário, como nos últimos jogos, mas apareceu no sítio certo para conseguir duas belas finalizações.

Nada a destacar negativamente, na medida em que se trata de um momento delicado para o clube, de transição - e ainda não se sabe para onde, ou para quem. Golear por 5-0 em casa do Boavista, coisa que não se via há 34 anos, é positivo sob quaisquer circunstâncias. Resta aguardar, continuar a apoiar os jogadores e dar máxima tranquilidade a Rui Barros para preparar o jogo de quarta-feira, no qual um dos objetivos da época estará em jogo.

13 comentários:

  1. Nada a acrescentar ou a dizer de diferente sobre a análise ao Boavista-Porto.

    Relativamente à questão do treinador, parece-me que o Porto está com claras dificuldades em conseguir arranjar um dos três pretendidos: MS, LJ ou AVB...

    Parece que a solução de recurso (manter o Rui Barros ou Luis Castro a até ao final da época e assinar um destes três para um contrato de 3 anos a começar em Junho é a solução mais provável.

    O que para mim significa praticamente abdicar do título de 2015/2016...

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    1. Concordo a 100%-

      Bom jogo, boa vitória, gostei da atitude dos jogadores, mas, precisamos de um treinador. MS para mim é o melhor e espero que o Porto no máximo até Quarta o apresente.

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    2. Para ti e para toda a gente. Há demasiado em jogo para entregar a época a um treinador interino.

      Espero que o Porto não seja vítima do sucesso de Rui Barros.

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  2. Notei algumas melhorias para melhor face aos tempos de Lopetegui. Jogadores mais soltos e a exibirem-se melhor, resultando num estilo de jogo mais fluído e assertivo.
    Espero que o próximo treinador seja anunciado em breve, ainda há muito trabalho para fazer e competições para conquistar.

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  3. Curioso que o Maxi Pereira já percebeu que não pode jogar como nos tempos do Benfica, onde ficou conhecido como caceteiro. Depois dos 5 primeiros amarelos que viu muito rapidamente, tem-se contido e termina a primeira volta com apenas 7. Aqui não há colinho, é uma diferença muito grande.

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  4. Gostei de Rui Barros, mais uma vez, no banco. Postura serena, sem esbracejar e berrar como um doido, e sobretudo a fazer aquilo que eu já falo há tanto tempo: simplificar. Esse pormenor do funcionamento do meio campo não é mais do que simplificar processos. Mas com Lopetegui tudo o que era simples e óbvio não servia (e não lhe serviu).

    Não sei que competências Rui Barros tem como treinador e não vou arriscar dizer que deveria ser o nosso treinador até ao final da época. Mas também não desvio os olhos das evidências: orientou 4 jogos (2 oficiais e 2 amigáveis) e venceu os 4. Nos dois oficiais, tem 8 golos marcados e zero sofridos. Para reflexão.

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  5. Boa tarde,
    Saborosa sem dúvida a vitória expressiva de ontem. Neste momento o clube encontra-se numa encruzilhada. O afastamento de Lopetegui impunha-se como primeira parte na resolução desta equação, mas no momento em que foi, deixa o clube muito fragilizado na escolha do próximo treinador.
    Ainda que admitindo o possível enviesamento da minha opinião provocado pelo jogo de ontem, não creio que existam certezas absolutas e muito menos no futebol, pelo que não compreendo tanta certeza na relação de causalidade que os colegas estabelecem entre a permanência de Rui Barros até final da época e a abdicação do titulo pelo nosso clube.
    Poderemos discutir o perfil (com total desconhecimento pelo menos da minha parte), mas este homem anda cá há muitos anos, pelo menos italiano e francês deve falar para alem de se desenrascar no espanhol, e do ponto de vista técnico, foi adjunto de Co Adriaanse, de Jesualdo Ferreira, de Lopetegui, e observador de André Villas Boas e de Vítor Pereira. Está cá há uma década como membro do staff técnico. O homem não andou a brincar ao futebol.

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  6. Mais simplicidade, mais soltura, mais confiança e sem estorvos para Danilo.
    Estamos na luta e não precisamos de nomes sonantes para treinar. Bas tou ter despachado quem complicava e arranjava problemas com todos.

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  7. Aboubakar esteve horrivel

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  8. Ora bem, já agora também vou dar uns bitaites:
    a) Os dragões não jogaram melhor na 2ª parte... Aconteceu foi que os panteras entraram no inicio do jogo a todo o gás e esgotaram o combustível todo na 1ª parte.
    b) Na 2ª parte os axadrezados foram obrigados a abrir devido ao cansaço e às lesões, dando origem ao aparecimento das figuras portistas que passaram a dispor de mais espaço para progredir com a bola e demonstrar a sua imensa qualidade, eis aqui na minha opinião o segredo da goleada.
    C) Claro que foi notório o dedo do Rui Barros na disposição e na atitude dos jogadores...!

    Abraço Portista
    www.dragaoatentoiii.wordpress.com

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  9. Olá!
    Os meus bitaites:
    a) Os dragões não jogaram melhor na 2ª parte… Aconteceu foi que os panteras entraram no inicio do jogo a todo o gás e esgotaram o combustível todo na 1ª parte.
    b) Na 2ª parte o Boavista foi obrigado a abrir devido ao cansaço e às lesões, dando origem ao aparecimento das figuras portistas que passaram a dispor de mais espaço para progredir com a bola e demonstrar a sua grande qualidade, eis aqui na minha opinião o segredo da goleada.
    C) Claro está que também foi notório, o dedo do Rui Barros na disposição e na atitude dos jogadores…!

    Abraço Portista
    http://www.dragaoatentoiii.wordpress.com

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  10. Este ano com o colinho verde a funcionar em pleno e nós calados e sem fazer ondas,qualquer treinador que venha vai ser difícil ganhar o campeonato, por isso por mim o Rui Barros ficava até final da epoca e com calma tratava-se do futuro treinador. Eu gostava de ganhar este campeonato mas vendo a roubalheira que para aí vai e o silêncio de quem (mal) nos dirige não vejo jeito.

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  11. no comments, é cedo, aguardemos. Nao podemos sequer empatar.

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De e para portistas, O Tribunal do Dragão é um espaço de opinião, defesa, crítica e análise ao FC Porto.