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segunda-feira, 19 de março de 2018

Dérbi q.b.

Não há momento algum da época em que os adeptos prefiram a exibição ao resultado - mas muito menos nesta altura. Foi uma performance q.b. do FC Porto, mas o suficiente para vencer um dérbi que prometia e que foi difícil. A pausa para as seleções é relativamente bem vinda, desde que ninguém regresse dos seus compromissos internacionais direto ao boletim clínico. 


Danilo Pereira e Alex Telles já deverão estar 100% recuperados dentro de duas semanas, tal como Soares, para a extremamente difícil visita ao Belenenses, num jogo que pode ser tão traiçoeiro quanto as visitas a Moreirense, Aves ou Paços de Ferreira. Também não há boas alturas para perder pontos, mas ninguém pode subestimar a importância de não voltar a escorregar antes da visita ao Benfica. 




Felipe (+) - Abriu o marcador com um belo cabeceamento (e um excelente cruzamento de Sérgio Oliveira) e cedo deu tranquilidade à equipa. Ao contrário do que é habitual, desta vez o brasileiro esteve melhor a distribuir do que Marcano e foi o melhor passador da equipa, com 86% de acerto no passe e 4/7 nos passes longos. Só perdeu um duelo em todo o jogo e não cometeu nenhuma falta. Esteve ainda perto de bisar, num jogo em que nenhum dos avançados do FC Porto fez um remate enquadrado com a baliza. Felipe bem tentou mostrar, lá à frente, como se faz.


Héctor Herrera (+) - Algo amarrado na primeira parte, um pouco à imagem da equipa, libertou-se no segundo tempo e melhorou imenso com a entrada de Óliver. Foi responsável por 3 dos 5 remates do FC Porto à baliza de Vágner e aproveitou uma oferta do guarda-redes para fazer o 2x0. Não esteve tão forte nos duelos individuais (ganhou 5 em 13), mas compensou com bom posicionamento e grande disponibilidade a preencher o meio-campo.

A entrada de Óliver (+) - Corona terminou a primeira parte a aquecer, continuou os exercícios durante o intervalo, mas três minutos depois do reatar da partida Sérgio Conceição decidiu lançar Óliver. Só o treinador saberá o que o fez mudar de opinião em tão curto espaço de tempo, mas a entrada de Óliver em campo reorganizou o FC Porto, que ganhou o meio-campo e conseguiu finalmente circular a bola. Óliver contribuiu com 85% de acerto, 5 em 6 passes longos corretos e ainda criou 2 situações de finalização - foi um dos jogos mais pobres da época do FC Porto neste capítulo, pois só Maxi (1), Ricardo (1) e Sérgio Oliveira (2) conseguiram passes para finalização. Tudo melhorou com o espanhol em campo.




Definição (-) - Mister, está na hora de tentar algo diferente quando a equipa chega perto da grande área. Este filme repetiu-se várias vezes: o portador da bola chega às imediações da grande área; faz um passe curto para trás e desmarca-se para as costas da defesa; o colega que recebe a bola tenta «picá-la» por cima do defesa, tentando isolar o colega; a defesa adversária corta o lance. Foi um movimento repetido vezes sem conta e que se tornou demasiado previsível, além de não ter funcionado. Não houve ousadia para o remate à entrada da grande área, o último passe não funcionou e a produtividade ofensiva foi perto de inexistente - Brahimi e Otávio nem remataram nem criaram situações de finalização, enquanto Aboubakar teve dois remates, ambos ao lado.

Nos últimos jogos, Sérgio Conceição tentou duas soluções diferentes para replicar o papel de Marega: um jogador rápido sobre a meia direita, a cair nas costas da defesa. Waris passou do 11 para a bancada, e Ricardo Pereira passou da lateral-direita para o ataque. Repare-se que, quando Danilo se lesionou, Sérgio Conceição não tentou encontrar um novo 6 - mudou a disposição do meio-campo e reposicionou Sérgio Oliveira e Herrera. Mas neste caso, apesar da lesão de Marega, Sérgio Conceição tentou encontrar em Ricardo a solução para o ataque. O português é ágil, rápido e mais habilidoso em ganhar a linha e cruzar do que Marega, mas não tem a dimensão física para «arrastar» a defesa e comer metros no terreno como o maliano.

Por outro lado, será mesmo essencial, numa equipa como o FC Porto, líder do Campeonato e com um dos melhores desempenhos (em termos pontuais e de finalização) dos últimos 30 anos, depender tanto de um jogador a cair nas costas da defesa? Não devia. Se não há espaço, tem que haver alternativa. Os adversários do FC Porto na I Liga jogam quase todos com linhas baixas. Chegámos ao ponto em que, a 3 metros da grande área, a equipa continuava a tentar procurar o espaço nas costas da defesa com bolas pelo ar. Não funciona. É necessário ter uma alternativa. Ter mais bola, saber criar o espaço através da circulação e não depender tanto do bicão para o lado direito. A equipa tem qualidade e soluções para isso. Por muito que o lado direito seja um problema, já todos sabem como é que o FC Porto vai jogar por aquele corredor. Há que surpreender para não ser... surpreendido.

8 comentários:

  1. Para quando a análise ao relatório financeiro?

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  2. concordo, SC e demasiado teimoso e vaidoso, se nao muda algo ou nao arranja alternativa e porque e um treinador limitado e que senao fosse marega esta epoca seria ainda pior que as outras, SC rtem aversao ao meio campoo e a jogadores que mexam na bola, sistematicamente estao na bancada, esytou convencido que mesmo se viesse iniesta e xavi dos bons tempos ele mandava os para a bancada, algo tem de ser alterado ou vai ser conhecido como um treinador que morrs sistematicamente na praia. Alias temos o caso dos penaltis , perdemos uma taça com os penaltis e passados meses esta tudo na mesma, nao se percebe muito bem, mas pronto deixem jogar marega.

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  3. Perfeição, só com o dinheiro que não houve, mas não é pelos erros que o jogo não esteve mais tranquilo, é por pagarmos a conta da televisão. Que mesmo assim só serve para ver o que se quer, porque o Wagner saiu do sítio.
    Foi-se a vergonha toda e entrou o desespero do vale tudo, espero que não seja de todo inesperado, por muito que queira acreditar na justiça.

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  4. Boa tarde.
    Não concordo com a teoria que defende que Marega é um "tosco", porque a realidade é diferente. Goste-se ou não de Marega, a realidade mostra que este FC Porto de SC em relação aos últimos anos, é diferente por ter dimensão física. Foi esta "inovação" por assim dizer, que surpreendeu e fez com que ainda estamos em 1º no campeonato. Retira isso ao Porto e tem um Porto semelhante aos anos anteriores, com dificuldades em criar oportunidades de golo! Até para Danilo e Telles o Porto arranjou solução. Mas Marega é único e em boa forma, é titular! Há um pormenor no jogo contra o Liverpool que me chamou a atenção e que a simples análise de números não permite captar, vi lances em que Marega estava rodeado por jogadores adversários e estes sentiram dificuldades em anulá-lo! O homem pode não ter a técnica do Messi mas que tem capacidade física para ganhar metros, combate, abrir brechas nas defesas, criar desequilibrios, lá isso tem!

    O Porto com dimensão física é demolidor (para o campeonato português), sem ela é uma equipa banal semelhante as dos anos passados. Não é só Marega que dá esta dimensão, atenção, mas lá que é o principal jogador com esta caracteristica, não há dúvidas, goste-se ou não dele, a equipa do Porto é diferente sem ele.

    Abraço.


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  5. Boas TdD.
    O que se passa com vocês ultimamente? Quase não fazem Posts. Longe vão os tempos em que faziam grandes Posts acerca do "extra futebol", ajudando a desmontar algumas coisas desse mundo paralelo... E agora, com tanto para falar, apenas fazem análises aos jogos.
    Fazem falta esses Posts.
    Abraço.
    Nuno

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  6. Infelizmente, por mera falta de tempo, daí inclusive o atraso na análise das contas da SAD.

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  7. Aguardo com expectativa a adiada mas inevitável demissão do pseudo treinador..Não defendam mais o homem.

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  8. O que eu sei é que contra o Belenenses perdemos o campeonato.... puff.

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