Pages

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

No momento certo

Ganhar 6 pontos em 2 jornadas ao rival direto, logo após uma derrota na Luz, é tão raro quanto satisfatório. Somar 5 vitórias consecutivas, algo que o FC Porto ainda não tinha conseguido em 2018, é igualmente motivador. Mas não é motivo para farfalhar, pois as duas últimas jornadas da Liga se calhar dizem mais sobre a competitividade do Campeonato que temos pela frente do que de eventuais facilidades na luta pelo título. Belenenses e Moreirense tiraram pontos ao Benfica como o fizeram ao FC Porto na época passada, e testemunham o exemplo de um Campeonato em que basta um ou dois jogos para mudar as disposições e motivações dos candidatos ao título, os perfis de favoritismo e a maneira como se olha para a abundância ou falta de soluções no plantel. 


Na Madeira, ao longo de 70 minutos, o FC Porto dividiu-se num misto de paciência e de falta de ideias até desfazer o 0x0. Mas não foi apenas esperar: foi procurar a oportunidade. Foi mexer na equipa com sinais claros de que não era jogo para se empatar, foi ser eficaz nos momentos em que pôde matar o Marítimo, foi saber trancar o jogo e não mais perder o controlo perante uma vantagem de 2x0.




Óliver Torres (+) - Esteve na génese dos dois golos do FC Porto: primeiro, é ele quem senta Bebeto e se liberta da pressão de 3 jogadores do Marítimo antes de lançar Brahimi no corredor; depois, intercetou a bola e lançou a corrida de 50 metros até à conclusão do 2x0. Tudo isto numa exibição em que foi o jogador com mais ações com bola (85), completou 91% dos passes, acertou 11 das 14 bolas longas que tentou e ainda recuperou 14 vezes a posse de bola. Foi a primeira vez que jogou duas jornadas completas consecutivas com Sérgio Conceição e só há motivos para continuar.

Otávio (+) - Entrou, marcou e deu a marcar, tudo isto num espaço de cinco minutos e num jogo no qual o FC Porto não estava a criar ocasiões de golo - e a situação poderia agravar-se pela sempre negativa carga psicológica de desperdiçar uma grande penalidade. Mesmo sem ser sempre regular e consistente, e muitas vezes desligando-se da partida e da equipa, Otávio já leva 6 participações em golos na Liga - o dobro das que conseguiu em toda a época passada. E fica também a nota por a sua entrada para o lugar de Maxi Pereira ter sido uma ordem para puxar a equipa para a frente e para a vitória. Empatar na Madeira numa jornada em que o Benfica perde em casa não seria desdenhado por muitos treinadores, mas Conceição teve ambição e com ela a recompensa mais desejada. 

Trancar o jogo (+) - Tendo em conta que já vimos o FC Porto desperdiçar uma vantagem de 2x0 esta época, foi revigorante ver a equipa gerir e controlar com total tranquilidade o resultado logo após o segundo golo. Calma, circulação no meio-campo adversário e muita segurança na posse - em todo o jogo, só por uma vez o Marítimo conseguiu desarmar um jogador do FC Porto no meio-campo defensivo. É certo que a equipa madeirense tem-se revelado muito pobre em termos ofensivos (tem o pior ataque da Liga), mas controlo foi a palavra dominante na equipa.




Com vista a Braga (-) - Noite quase para esquecer para Soares. Arrancou uma falta para grande penalidade e teve um toque precioso na jogada do 2x0 (bem também Marega no lance), mas ao longo dos 74 minutos em que esteve em campo poucas vezes conseguiu entrar no jogo. Falhou 5 dos apenas 9 passes que tentou, perdeu 8 dos 10 duelos que disputou e teve uma única tentativa de remate, à figura. Não estará com a equipa na receção ao Lokomotiv, mas é essencial que Soares esteja ao melhor nível na receção ao SC Braga, equipa que ainda não sabe o que é perder esta época.

4 comentários:

  1. A frase...”ser eficaz nos momentos em que pôde matar o jogo” parece do Woddy Allen, só falhámos MAIS UM PÊNALTI com o jogo empatado aos 60 minutos!

    ResponderEliminar
  2. ganhamos, estivemos seguros, quanto a soares e daqueles que o melghor e ir para a china, andre pereira e cem vezes melhor que soares como o era gonlçalo paciencia. SC ainda tem muitas contradiçoes no sua tatica por ser teimoso, Maxi ja deveria estar no banco

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O Andre Pereira nao ganha uma bola a ninguem, deve ser o pior avançado que já estve no Porto nos ultimos 5 anos.

      Eliminar
  3. tanto o marega como o soares estão em baixo de forma e o adrian lopez e o andre pereira têm correspondido por isso mereciam mais tempo de jogo. tb sou a favor de um 4-3-3 nos jogos fora com o oliver a jogar mais avançado no tridente do meio campo que é onde pode fazer mais diferença

    ResponderEliminar

De e para portistas, O Tribunal do Dragão é um espaço de opinião, defesa, crítica e análise ao FC Porto.