sexta-feira, 6 de junho de 2014

O desafio de Lopetegui e do FC Porto

Duas expetativas cresceram com a chegada de Julen Lopetegui ao FC Porto.
1. «É espanhol, logo vamos ter possibilidade de apostar em talentos de Espanha».
2. «É um técnico que aposta na formação, logo é uma boa notícia para os jovens do clube».

A soma não é linear como 2+2 = 4. Vejamos os últimos quatro treinadores estrangeiros no clube:

Da visão do treinador
à política do clube.
Bobby Robson era inglês: não teve jogadores ingleses; Del Neri era italiano: zero giocatori; Victor Fernández era espanhol: nem um hermano; Co Adriaanse holandês: tulipas nem vê-las. Quatro estrangeiros, nenhum da respetiva nacionalidade.

Ser espanhol não deixará ninguém mais perto do Dragão; mas ter qualidade, em parte já trabalhada por Lopetegui, e coincidentemente ser espanhol, sim. Felizmente, o futebol espanhol tem boas doses de qualidade para oferecer e que nem todos podem/sabem aproveitar. O FC Porto agradece.

A aposta na formação, essa, é mais complexa. A experiência de Lopetegui nos sub-19 (que acabam de falhar a qualificação para o Europeu), sub-20 e sub-21 de Espanha não dizem nada sobre o tipo de aposta na formação do treinador; ou conhecem algum treinador que aposte em «trintões» nesses escalões?

A aposta na formação tem que ser uma política do clube e não uma visão do treinador. «Não vamos deixar de ter a melhor equipa para ter a melhor formação», dizia Antero Henrique, mas ter uma melhor formação pode ajudar-nos a voltar a ter a melhor equipa. Ou, neste caso, explorando a boa formação que já temos.

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