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sábado, 5 de julho de 2014

O mal que já está feito, os péssimos exemplos de Bolat e Caballero e outras reflexões. E Tello

A questão dos guarda-redes já aqui foi abordada em dois pontos, primeiro há um mês, quando O Tribunal do Dragão ouviu que Lopetegui não confiava nas soluções que o plantel já tinha, e mais recentemente quando Navas passou a alvo prioritário. Uma questão que merece voltar a ser aprofundada, numa altura em que a chegada de Navas conheceu vários entraves.

Fabiano sabe que é
segunda opção
Ao contrário do que escreveu alguma imprensa, Lopetegui não escolheu Navas por causa das exibições no Mundial. Pelo contrário, o Mundial só confirmou aquilo que o treinador já defendia: Navas é melhor do que as soluções que o plantel tem para oferecer. Mas também caro. O guarda-redes rapidamente se mostrou receptível ao convite do FC Porto, pois sabe que aqui seria titular indiscutível - Lopetegui, ao pedir o maior investimento de sempre num guarda-redes da história do FC Porto (nunca um guarda-redes custou mais do que 3 milhões de euros, a proposta que o Levante rejeitou), teria que defender e justificar a sua opção até ao limite. Além disso, 1 milhão de euros líquidos/ano era um salário perfeitamente apetecível - ao contrário do que alguns adeptos pensam, é este o vencimento médio para um jogador internacional contratado no estrangeiro pelo FC Porto, até porque os jogadores são pagos em contratos a 10 meses/época e sem subsídios (que são substituídos pelos prémios colectivos/individuais).

Com ou sem Navas, Lopetegui já criou o seu primeiro desafio: o tal atestado de incompetência aos guarda-redes que já aqui foi tema. Independentemente de Navas chegar ou não ao FC Porto (o Bayern Munique tem o dinheiro, mas não o trunfo da titularidade; o Atlético chegou a poder prometer dinheiro e titularidade, mas virou-se para Oblak; e então será a vez do Benfica agitar o mercado por um guarda-redes...), Lopetegui já deu sinais óbvios a Fabiano, Kadu (que na equipa B até pode tirar espaço a Andorinha e Filipe Ferreira, mais jovens e promissores) e Ricardo de que não conta com eles para número 1 (Helton ainda tem uma longa recuperação pela frente e dificilmente fará mais do que o jogo de «despedida», se fizer).

Fabiano, quando foi interpelado no aeroporto com a possível vinda de Navas, fugiu àquilo que é sempre recomendado pelo departamento de comunicação. Dizer que «estou concentrado no meu trabalho», o «importante é o FC Porto» ou «não sei nada dessas especulações, estou concentrado na equipa». Mas Fabiano disse antes uma frase-chave: «Estou ao corrente dessas notícias». Fabiano já sabe que Lopetegui não conta com ele para número 1, mas depois lá respondeu com elegância, ao prometer que ia lutar para ser titular. No entanto, o mal já está feito: Lopetegui sentenciou antes do primeiro treino que precisa de um guarda-redes melhor. O que está em causa não é a razão para o pedido, até compreensível por algumas lacunas de Fabiano, mas o desafio para lidar com as suas consequências. O tal atestado de falta de qualidade.

De Bolat a Caballero, um mau exemplo

De guarda-redes para guarda-redes, falamos em Bolat. Um exemplo de como a SAD não deve gerir um futebolista nem confundir o mesmo com mercadoria, independentemente de numa possível venda Bolat render algum dinheiro. Vamos seguir os passos. Sem ingenuidade e tabus.

Bolat, exemplo para
não repetir
Bolat foi contratado, em 2013, através da rede Liège-D'Onofrio, que já trouxe o rentável e excelente Mangala, o pouco produtivo Defour, a razoável surpresa Kayembé e mais recentemente Opare e Célestin Djim. Negócios que envolvem a alienação de passes (que em 2011/12 foi uma absoluta necessidade para fazer face às despesas correntes, pois a SAD gastou demasiado em apenas 4 jogadores - Danilo, Alex Sandro, Defour e Mangala - e nenhum deles um match-winner) e que não são exemplos de transparência. Nenhum. Mas falamos apenas em Bolat.

Bolat foi descrito como uma oportunidade de mercado. Afinal, trava-se de um guarda-redes que já foi uma promessa na Bélgica e 24/25 anos é uma idade jovem para um jogador na sua posição. Mas já havia Helton, Fabiano, Kadu, e ainda Stefanovic e Matos (duas contratações que nem merecem comentários) na B. Esteve meio ano encostado, na segunda metade da época foi emprestado à Turquia. Quanto custou o custo zero de Bolat? Boa pergunta.

O Tribunal do Dragão ouviu que o FC Porto não tem 100% do guarda-redes, nunca teve, e que desde a sua transferência uma terceira parte ficou com direitos já a pensar numa futura venda. Como já aqui foi dito, a operação pode até dar lucro ao FC Porto. Mas será que Bolat pode ser vendido por uma verba tão grande que justifique tratarmos um jogador como mercadoria? E será que vai cobrir os custos?

No primeiro trimestre de 2013-14, o FC Porto só contratou 3 jogadores. Quintero, Ghilas e Bolat. O primeiro custou 5 milhões de euros por 50% do passe. O segundo, 3,8 milhões de euros por 50%. Já o nome de Bolat... não aparece. Aparece, isso sim, um encargo de 1,89 milhões de euros, que não é discriminado. E depois, as 3 entidades a quem o FC Porto pagou pelas três transferências: Ricardo Calleri, que é sabido ter sido o responsável pela vinda de Quintero, e as entidades C.B.Nafricatalentssport, Lda. e JOD-Gestão de Carreiras Desportivas, Lda. Então, se é também sabido que Jorge Mendes foi responsável pela vinda de Ghilas (embora não seja o seu empresário) e que Luciano esteve envolvido no negócio Bolat, boa sorte em encontrar as pontas soltas e o outro lado do túnel.

Nem A, nem B
À margem deste mau exemplo, o que preocupa é, como já foi dito, tratar um jogador como mercadoria. Há duas semanas, Bolat disse isto numa entrevista: «Trabalho a força, a condição física e a velocidade de reação. Vou estar mais pronto do que nunca quando voltar ao Porto». Prometia corresponder ao investimento que fizeram nele e até disse que estava a fazer 2 treinos por dia. Então, começou a pré-época... e Bolat nem sequer está na lista para a pré-temporada. Mas há 2 semanas já se sabia que Lopetegui queria outro guarda-redes. Então, porquê alimentar a ilusão de um profissional?  Mas importante: quem a alimentou?

Mais um caso, Mauro Caballero, que em Maio dizia à RR que tinha confiança e esperança em Lopetegui para chegar à equipa A. É sabido que Gonçalo Paciência é o único ponta-de-lança para começar a pré-temporada. Onda está Caballero? Tal como Bolat, nem na lista apresentada pelo FC Porto se encontra, e no Olival nem sinal dele. Só para refrescar a memória. Estamos a falar de um jogador que envolveu um litígio e a FIFA; um jogador que fez capas de jornais a ser apresentado como alternativa imediata a Jackson; e que mal chegou relegou logo André Silva e Gonçalo Paciência, os dois mais promissores avançados portugueses, para segundo plano. 

Mais um refresco: em janeiro de 2013, o advogado Gerardo Acosta garantia que o FC Porto ia pagar 365 mil euros, apenas por direitos de formação. Chegou o Relatório e Contas e o que se viu foi 1,53 milhões de euros pagos à MHD, S.A. Um ajuda a tentar localizá-la: está algures entre a C.B.Nafricatalentssport, Lda. e a JOD-Gestão de Carreiras Desportivas, Lda. E não vamos recordar Quiñones, que custou 2 milhões de euros e não aparece no grupo de trabalho nem da equipa A nem da B, porque já terão percebido a ideia, certo?

Mangala, o melhor exemplo na pior altura

O FC Porto já vendeu jogadores à nata do futebol mundial, Juventus, Barcelona, Real Madrid e Manchester United. Mas nos últimos anos tem sido, sobretudo, um vendedor de jogadores aos chamados novos ricos. Transferências onde o dinheiro diz mais aos jogadores do FC Porto do que propriamente a grandeza do destino. Foi assim com Falcao para o Atlético (que na altura ainda não era de Champions), Hulk para o Zenit ou até James e Moutinho para o Mónaco, num caso mais particular.

City ofereceu 40
milhões de euros
Por isso, talvez nenhum adepto do FC Porto imaginaria que algum jogador pudesse recusar, nesta altura, o Manchester City, o campeão inglês. Mangala foi o melhor exemplo na pior altura: o exemplo de que o FC Porto ainda consegue ter profissionais que não colocam o dinheiro à frente de tudo, e a pior altura porque o FC Porto necessita do dinheiro da sua venda.

Mangala e o City já tinham sido tema de discussão aqui. Não é que Mangala tenha dito, efectivamente, não ao City, mas esperava valorizar-se no Mundial e abrir outras portas. Algo que não aconteceu, pois a França foi eliminada sem que Mangala tivesse jogado, para desalento do jogador e da própria SAD. E agora? Vai Mangala aceitar o convite do City? Ou será que Mourinho conseguirá que o FC Porto seja forçado a vender o jogador por uma verba mais baixa? Certezas, apenas uma: o FC Porto não pode obrigar Mangala a sair contra a sua vontade, pois o contrato é feito para respeitar as duas partes. E Mangala serviu o FC Porto com lealdade, profissionalismo e qualidade nos últimos 3 anos, tendo como único ponto baixo a declaração infeliz em que disse que ia para o PSG a correr. E se o PSG apresentasse os números do City, talvez até ia, por ser adepto de infância do clube, mas já tem a dupla titular do Brasil...

Tozé: sim... e não

O empréstimo de Tozé ao Estoril, que segundo O Jogo fica com 35% do passe, não é uma decisão popular entre os portistas. Um pouco contra a opinião dominante, defendo que é a melhor solução para o jogador.

A solução
possível
Vítor Pereira só lhe deu uma oportunidade num momento de desespero. Paulo Fonseca não lhe deu oportunidades. Luís Castro só o lançou num jogo a feijões. E Lopetegui não contava com ele. Quatro treinadores, nenhum a morrer de amores por Tozé. Se perguntam, podia e devia ter tido mais oportunidades no último ano? Claramente, até porque poucos estavam a fazer melhor na A do que o Tozé ia fazendo na B. Mas tem a qualidade para ser já opção no 11 de Lopetegui? Não. E pelos vistos o treinador acha o mesmo, pois não contou sequer com ele para a pré-época.

A alienação de 35% do passe, essa, já é discutível e merece ser questionada. Evandro, que segundo O Tribunal do Dragão ouviu não virá a 100% do passe, é uma operação à margem de Tozé para os efeitos contratuais e negociais, porque já quando Evandro treinava no Olival Tozé ainda não estava garantido no Estoril. Mas já com Tiago Rodrigues (que está onde?), emprestado ao Guimarães, tivemos o exemplo de que cada vez mais os clubes médios preferem valorizar os próprios jogadores do que depender dos emprestados dos grandes. Por isso, é compreensível que o Estoril tenha salvaguardado os seus interesses futuros, com parte do passe de Tozé. O FC Porto terá que dobrar o investimento na recompra, mas certamente que se Tozé evoluir a ponto de ser um jogador de equipa A poucos se incomodarão. É um negócio que não agrada aos adeptos, mas que agrada ao Estoril, ao FC Porto e ao próprio Tozé.

Tello, fumo branco e caro

A não ser que clubes como Atlético e o Everton se antecipem nas próximas horas e apresentem propostas superiores para a transferência, Tello vai ser jogador do FC Porto. É o extremo favorito de Lopetegui, a prioridade, e como tal será sempre de aplaudir que a SAD corresponda ao desejo do treinador. Isto é, dependendo dos custos...

O caro pode tornar-se
barato
O Tribunal do Dragão ouviu que, ao contrário do que inicialmente era noticiado, o empréstimo com opção de compra já não é hipótese única, após a entrada na jogada de dois investidores dispostos a comprar o jogador com o FC Porto. Numa primeira fase pode custar 9 milhões de euros, mas não pela totalidade do passe. Posteriormente, o FC Porto pode comprar mais Tello, a ponto de quase dobrar o investimento inicial. O tempo dirá se Tello é caro ou barato. Afinal de contas, os 19 milhões de Hulk, o jogador mais caro e mais bem pago da história do FC Porto, não foram assim tão caros, pois não? É a vantagem de ser um match-winner: podem corresponder mais facilmente ao investimento do que um... lateral. 

De referir que Antero Henrique está a liderar as negociações para a aquisição de Tello e que outra opção na liga espanhola, Brahimi, está a cargo de Alexandre Pinto da Costa, também com a participação de um fundo, o mesmo empresário que teve Casemiro pronto para o FC Porto mas que «subitamente» ficou mais perto do futebol italiano. Não vamos aprofundar a discussão da terceira parte aqui pois isso faz parte de um extenso trabalho d'O Tribunal do Dragão que vai sendo publicado aos poucos, tendo para já apresentado apenas a primeira parte.

PS: Não agarrar o costa-riquenho Yeltsin Tejeda, um regista perdido nas Caraíbas, que custa um terço de Prediger e que se revelou no Mundial, é coisa para deixar qualquer adepto de bom futebol chateado.

17 comentários:

  1. Até quando esta gestão inflacionada e mal enquadrada no nosso contexto económico?

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  2. Que jigadores temos 100% do passe ? devem ser poucos ....

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    1. tambem gostava de saber isso...

      ja agora tello e o argelino? é mesmo presiso 2 extremos?

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    2. Para extremos Quaresma, Tello, Varela e Brahimi parece-me bem e equilibrado. Não sou muito fã do Varela, é um jogador muito bom, mas tambem muito inconstante e a realidade é que ele faz 1 grande jogo e 10 maus, horriveis até. Depois poderiamos ter Sami para jogar como 5º extremo, que até é um jogador com umas potencialidade apreciaveis e não o estou a ver ser dispensado no ano em que chegou, embora não fosse caso virgem. Ricardo provavelmente seria o melhor 5º extremo, até podendo jogar na B, mas pronto.

      Licá, Kelvin devem sair. Vamos ver o que vai acontecer com o Ricardo. Tem muito potencial, mas talvez não tenha lugar esta época, se bem que eu ache que ele seja um futuro lateral direito de grande qualidade.

      Como GR, gostava do Navas. Ele tem estado em grande do mundial. Talvez o Fcp pudesse oferecer jogadores para troca, até porque o clube dele tinha interesse nisso, uma vez que só tem 20% do passe. Fabiano à cabeça para essa troca.

      De resto a defesa está fechada. Meio campo anda lá perto. Talvez haja surpresas e o Danilo jogue no meio campo. Agu, Danilo, Herrera, Josué, Evandro, Quintero e Oliver. Defour punha a andar, Carlos Eduardo ia jogando na B a ver se atingia o desempenho necessário para pertencer ao plantel

      Possivel 11:

      Fabiano\Navas
      Alex Sandro
      Indi
      Rolando
      Opare
      Danilo
      Herrera
      Quintero
      Quaresma
      Jackson
      Tello



      Joel.

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  3. Uma vénia a estes posts que não tem medo de apontar esta gestão vergonhosa e de interesses próprios. Este grande clube merece mais.

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  4. Parabéns pelo tribunal. O julgamento começará quando começar a nova época!

    A participação com fundos de investimentos é a única forma de chegarmos a bons jogadores, e se no fim ganharem todos, melhor. Claro que dói na altura de vender, mas omeletes só com ovos, e quem não tem galinhas poedeiras da variedade dourada...
    O que este blog tem posto a lume, de forma brilhante porque bem fundamentada, são os pequenos negócios que vão arruinando lentamente as finanças de um clube Enorme, mas que está sediado num país pequeno, com um mercado restrito.
    Questões de mercado que, como disse, é difícil saber e ter certezas:
    Navas é solução única, ou há outras alternativas na calha?
    O trinco está para chegar?
    Extremos: para além de Tello, a SAD tentará trazer outro (Suso, Brahimi) ou apenas se perder Varela?
    Imoh Ezekiel foi/é equacionado, ou só uma sugestão de Onofrio para o lugar do Jackson?

    + uma vez, parabéns
    M.Lopes

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  5. o comentario do artigo sobre guarda redes que foi feito hoje foi meu...
    é uma vegonha a meu ver o que esta a ser feio com essa posiçao, eu no lugar do fabiano pedia para sair em definitivo...kadu tapar o lugar ao andorinha e ao outro va eles ainda tem idade junior ainda podem fazer la mais 1 ano, kadu para mim fazia mais esta epoca na b e depois tentava arranjar uma equipa da primeira para o emprestar a ver o que ele fazia na primeira liga.... caio parece ter renovado (de querer se tornar um "simbolo" do clube)
    bolat penso que o melhor era empresta-lo a uma equipa ja no inicio deste mes ou entao ja que querem o navas olhem comprem o navas e deem o bolat e o stefan em troca (nao sei e se vao querer o stefan)

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  6. Estou planamente de acordo no que diz respeito ao Yeltsin Tejeda, jogador com uma enorme margem de progressão, jogador interessentisimo.

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  7. É um prazer vir aqui ler os seus posts, muitos parabéns!

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  8. Excelente artigo! Este blog tornou-se num curto espaço de tempo o meu sitio de eleição para me manter informado acerca do meu clube. Parabéns!

    E como ficou o dossier Suso? Foi descartado? Seria uma pena, porque acho que pode ser uma mais valia clara para as alas...

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  9. Se estarmos interessados no Navas coloca em causa os outros guarda-redes, então, pela mesma ordem de ideias, querer o Tello e Brahimi coloca em causa Varela, Licá, Ricardo e Quaresma; contratar o Indi, coloca em causa Reyes, Maicon, etc.; Óliver e Evandro, colocam em causa Carlos Eduardo, Defour, Herrera, etc.; e por aí adiante.

    O interesse do clube está acima dos interesses particulares dos jogadores.

    É evidente que Fabiano, com a lesão de Helton, criou expectativas próprias de se tornar o titular, e com a eventual chegada de Navas esse cenário poder mudar. Se ele criou essa expectativa "por decreto", então está errado. Se ele e os outros acham que têm o seu lugar e posição asseguradas, tal qual um Defour, e que não é possível a qualquer momento haver um incremento de qualidade no Clube que possa colocar em causa o tal "estatuto" que a sua expectativa já "pré-decretou" então estão completamente errados e não vamos a lado nenhum.

    É evidente que todas as situações que se colocam terão que ser bem tratadas, mas também é evidente que os interesses desportivos do Clube estão bem acima de qualquer interesse particular deste ou daquele jogador.

    Se assim não fosse, nós ou qualquer outro clube, apenas ficaria com com um máximo de 18 jogadores, para então não ferir susceptibilidades daqueles que menos jogariam.

    Mal se qualquer clube não tenta melhorar o que tem, apenas pelo facto de não melindrar um futuro descontente.

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    1. A posição de guarda-redes tem uma especificidade que nenhuma outra posição tem.

      É possível ter 3/4 médios ou alas com capacidade para serem titulares e manter uma rotação, quer através da titularidade em si como nas substituições, que lhes satisfaça e se sintam parte integral da equipa, através de uma utilização constante.

      Nos guarda-redes, isso não acontece. Há um jogador titular, um jogador suplente e normalmente, um terceiro guarda-redes que muito pouca ambição na equipa A deve ter porque sabe que apenas em casos muito excepcionais poderá jogar. Essa posição normalmente ocupa-se com um jogador da casa, júnior ou da equipa B, ou alguém em final de carreira que faça parte do plantel. O Ricardo, por exemplo, parece ter vindo para ocupar essa vaga.

      Ora Fabiano, Hélton e Bolat são todos guarda-redes capazes, são todos jogadores com pretensões. Bolat parte com desvantagem pelo facto de nunca ter sido sequer utilizado no Porto, nem no Porto haver alguém que o queira utilizar. Fabiano decerto esperava ser este ano titular e Hélton, São Hélton poderia, quando recuperasse, voltar a ser titular ou pelo menos fazer um ano de transição à Baía.
      Concordo que dizer a qualquer um destes jogadores que não contam em função dum outro jogador que ainda não chegou nem é certo que chegue, cria um conflito de interesses e diz a pelo menos 2 deles que não farão parte do plantel na época que se avizinha. Isto ao mesmo tempo que relega para o banco alguém que demonstrou ter qualidade para ser titular, seja Hélton ou Fabiano.

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    2. Continuo a não concordar. Nenhum jogador, seja guarda-redes, lateral direito, médio centro, ou avançado centro, tem, por decreto, o seu lugar garantido. Se a sua própria expectativa o leva a pensar e a agir como tal, então está errado e não está a prestar um bom serviço ao clube e até mesmo a ele próprio.

      Acho que esta discussão não faz sequer sentido. Se há possibilidade do clube trazer um jogador de qualidade superior e assim melhorar as suas condições, que assim seja e aconteça. O interesse particular não se sobrepõe ao interesse global. Para mim isso é claro.

      Imaginemos que em vez de Helton, é Jackson a ter-se lesionado gravemente. Ghilas assume os três últimos meses da época, tal qual Fabiano assumiu. Faz alguns bons jogos, marca 3 ou 4 golos. Na época seguinte, o Clube decide avançar para a contratação de um novo avançado-centro, presumivelmente de qualidade superior.

      Não faz qualquer sentido levantar qualquer questão em sentido contrário a esta decisão.

      Certa vez contratamos Ovchinnikov. Meses depois concretizou-se a possibilidade de trazer de volta Vítor Baía. Cedemos à "tristeza" de Ovchinnikov, que veio sabendo que iria assumir a titularidade, ou à vontade de incrementar qualidade na equipa?



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  10. Boa tarde Tribunal do Dragão. Daquilo que dá a entender, será Tello, Brahimi.
    Médio Defensivo, ainda nada ? Visto que como comentou que Casemiro é para Itália.
    Navas ainda será possível ? Cheira-me que vai haver uma guerra FCP- SLB, se sair Oblak....
    Avançados, não se ouve nenhum rumor... Sinal que Jackson fica ? (contrariado).
    De fato, Tejeda é muito bom... Mas e o Aranguiz, o Chileno deve ser barato também...
    É que essa posição com a lesão do Mikel, tem de ser bem reforçada.
    Fico a aguardar o seu comentário....
    Continue com o bom trabalho

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  11. Fiquei viciado neste blog. Muitas coisas que não fazia ideia em mais um excelente texto... Continua assim

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  12. Não concordo com a questão do Andorinha ter mais potencial que o Kadu. Acho que o Kadu evoluiu bastante esta época.

    Ricardo Nogueira

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  13. Caro Tribunal,

    Diz-se por aí que a contratação de Tello poderá ter complicado. Estará comprometida?

    Um grande abraço

    Saudações Portistas

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De e para portistas, O Tribunal do Dragão é um espaço de opinião, defesa, crítica e análise ao FC Porto.