O FC Porto queria sair líder de Alvalade: e saiu. O Sporting queria passar para o primeiro lugar: e falhou o seu objetivo. Basta isto para se concluir que o FC Porto saiu do clássico por cima do adversário. Com um sabor agridoce, pois foi a melhor equipa e fez, sobretudo na primeira parte, os melhores 45 minutos que o FC Porto fez em Alvalade desde o ano da última vitória, em 2008. Mas sair do estádio mais difícil para o FC Porto em Portugal invicto, líder da I Liga, com mais soluções no plantel e a jogar bom futebol só pode ser encarado como muito positivo.
Não, Sérgio, não foram dois pontos perdidos (embora se entenda e subscreva a ambição): foi confiança ganha, soluções ganhas, equipa mais forte e coesa, e ao contrário do que aconteceu em 2014-15, época na qual o FC Porto perdeu a liderança logo após a ter recuperado, desta feita a equipa dominou o Sporting e agarrou-se ao primeiro lugar com todo o mérito. Vila do Conde, Braga e Alvalade já lá vão, três deslocações a casa de equipas dos seis primeiros lugares da tabela e com ambições europeias. Perfeito.
A primeira parte (+) - Não fosse a eficácia e teriam sido 45 minutos perfeitos, nos quais o FC Porto reduziu o Sporting a um único lance de algum perigo, o cabeceamento de William Carvalho (e mesmo no segundo tempo, o lance de maior aflição foi um remate de Bruno Fernandes para as couves). O FC Porto ganhou o meio-campo, teve sempre profundidade, foi capaz de ser criativo (Brahimi e Aboubakar bem a criar, mas faltou pragmatismo e sentido prático na hora de rematar) e obrigou o Sporting a correr muito, muito mais. Taticamente, tudo saiu bem ao FC Porto, que controlou o jogo com e sem bola. Naquele que foi o primeiro clássico de Sérgio Conceição, meteu no bolso Jorge Jesus.
Outra vez, Brahimi (+) - E novidades? Perdeu gás na segunda parte (assim como toda a equipa), mas encheu o campo na primeira parte. Saíram dos seus pés as principais jogadas de perigo, assegurou que Piccini não dormiu bem na última noite e foi quem melhor soube aproveitar o espaço entre linhas. Tem que apostar mais no remate à entrada da grande área, pois quem ganha espaço e se enquadra com a baliza como Brahimi não pode estar sempre à espera que apareça mais um jogador para fintar. À margem desse pormenor, começa este mês como acabou o último: o melhor em campo.
Os três pilares (+) - Casillas só teve que fazer uma defesa em todo o jogo e o Sporting foi reduzido a cinco tentativas de remate. A equipa defendeu bem em bloco, mas há que realçar a importância de Marcano, Felipe e Danilo Pereira. Ganharam todos os lances aéreos nos últimos 25 metros, fizeram apenas 3 faltas e bloquearam 29 tentativas de ataque do Sporting no último terço, entre cortes e alívios. Defensivamente, tudo correu à equipa, também com um papel importante de Herrera e Sérgio Oliveira em manter o meio-campo composto. Casillas tocou na bola metade das vezes de Rui Patrício (22-44), o que diz tudo de uma noite que, num clássico, não costuma ser tão tranquila para os guarda-redes.
Pormenores (-) - A hesitação que levou ora Brahimi, ora Aboubakar a perderem tempo e espaço para rematar nas melhores condições; a finalização de Marega na cara de Rui Patrício; o lance em que Herrera, tendo Layún solto na direita e Aboubakar a correr para o segundo poste, decide rematar; o lançamento de Alex Telles para uma zona proibida do campo, que forçou o erro de Danilo. Tudo isto são pormenores, mas foram todas jogadas candidatas a decidir um clássico. Não deram prejuízo, mas também não deram o lucro mais desejado. Já se sabe: os clássicos decidem-se nos pormenores, e estes merecem maior acerto nos momentos-chave.
A quebra física (-) - O FC Porto fez 60/65 minutos de elevada intensidade, e isso refletiu-se no rendimento da equipa durante a segunda parte. Era necessário mexer, mas Sérgio Conceição deparava-se com um problema: não havia músculo/pulmão no banco. A decisão era difícil, mas a entrada de Otávio, para a saída de Herrera, fragilizou naturalmente a equipa na dimensão física do meio-campo. Soares e Corona entram também já relativamente tarde, mas era dos pés de Aboubakar e Brahimi, desgastados, que poderia sair o caminho para a vitória em Alvalade. Sérgio Conceição está a fazer milagres, ao reinventar/resgatar jogadores como Marega, Sérgio Oliveira ou o próprio Herrera, mas não pode jogar o que não tem no baralho.
Líderes à 8ª jornada, pela primeira vez desde 2013, e curiosamente, tal como na época com Paulo Fonseca, logo após um clássico com o Sporting, que permitiu passar a somar 22 pontos em 24 possíveis. Recomenda-se, por isso, que a calma que seja companheira da confiança ao longo da época. Mas quando um treinador sai de casa de um candidato ao título insatisfeito porque jogou muito melhor e manteve o primeiro lugar, isto diz tudo da mentalidade competitiva que habita no balneário do FC Porto. Não é só à Porto: é à Conceição.
Para mim, o maior 'machado' foi a entrada do Otávio. Nao trouxe nada 'a equipa.
ResponderEliminarConfesso haver desconfiado da contratação da Sérgio Conceição pelas mais variadas razões, não descurando a valia e mística que transportava em si (se calhar, algum do meu presente e persistente cepticismo que ainda me assola decorra das más experiências em anos anteriores).
ResponderEliminarMas não há como negar, como vocês pintam, que a mentalidade imperante no balneário "Não é só à Porto: é à Conceição. " - e isso repercute-se nas bancadas, pelo mar azul. Somos, hoje, uma equipa muito mais competitiva e aliciante, em que jogadores ditos medianos ombreiam com supostas estrelas. Chega? Não sei, o meu cepticismo apela a cautela, mas o meu coração azul e branco ribomba com entusiasmo.
Sérgio Conceição conseguiu algo, até agora, que me agrada de sobremaneira. E nem estou a falar dos resultados, ou do que conseguiu "espremer" de Marega ou Sérgio Oliveira, ou mesmo de Herrera, nem tão pouco da maneira como chamou a si toda a nação azul e branca. Agrada-me, especialmente, a sua capacidade de se reinventar, de aprender, de se auto-criticar e adaptar a equipa. A semana transata foi prova cabal disso mesmo, tanto contra o Mónaco, como contra o Sporting. Logicamente que é fácil concluir tal com o "prognóstico do fim do jogo", mas é de louvar a qualidade tática e a dedicação da equipa aos modelos estratégicos desenhados.
Conceição demonstrou que há qualidade no plantel: é preciso é saber coloca-la em movimento. Obviamente que a manta é um tanto ou quanto curta...ou será que é mesmo? Por ora, não há um jogador que possa ser riscado da lista, pois todos estão dedicados à causa maior. E o futebol é pródigo em demonstrar que as equipas mais reforçadas/ricas (e.g., Borussia de Dortmund, Leicester, o próprio Mónaco, o Atlético de Madrid), nem sempre são as que vencem campeonatos.
Não quero que sejamos um Benfica da Madeira, até porque ainda é muito (muito) cedo. Quero que sejamos e continuemos a ser um Porto à Porto e à Conceição.
A única coisa que permanece por explicar é o desaparecimento do Oliver do 11, tal como já havia acontecido com NES. Não vemos os treinos e por isso não podemos elaborar muito a questão, de qualquer forma é estranho que o médio mais criativo do plantel não caiba na equipa..
ResponderEliminarSimples: Oliver é craque mas nao tem intensidade nem estofo para segurar o meio campo nestes jogos mais taticos. É um excelente criativo mas nao tem por exemplo a capacidade ou pulmao de herrera para encher o meio campo e estar constantemente a roer os calcanhares aos adversarios.
EliminarMais um banho táctico do Jesus que lhe trouxe bom resultado: pontapés nas pernas e mergulhos à beira da área. Ver três vezes seguidas o Herrera a esforçar-se para atirar a bola para fora depois de forçado a cair para não sofrermos um lance perigoso é ridículo, mas é o que temos.
ResponderEliminarBoa tarde, Tribunal do Dragão.
ResponderEliminarVou partilhar uma parte do que escrevi num outro blog Portista:
"Como ponto negativo, tenho que apontar apenas as substituições tardias. Penso que Soares devia ter entrado por volta dos 60/65 minutos, para o lugar do Abouba, pois estava fatigado e com a entrada do Soares, iria pairar o "fantasma" do bis na sua estreia no Dragão, precisamente, frente ao SCP. Contudo, as substituições do Mister Sérgio foram sempre para avançar no terreno (Otávio, Soares e Corona). O ano passado com um 0-0 teria entrado Otávio por Brahimi, Reyes por Herrera e Maxi por Soares... Qualquer coisa assim, para defender o resultado e não para buscar a vitória. Resumindo, ponto negativo as substituições tardias. Ponto positivo, entrada de jogadores ofensivos."
Contudo, partilho da opinião de que o nosso Mister não tinha ninguém no banco que pudesse entrar no meio-campo e dar o músculo/pulmão que até então tínhamos. Ter, até tinha, mas a entrada desse jogador iria servir para estancar o meio-campo adversário, no caso de estarmos em vantagem no marcador, falo de Diego Reyes.
Cumprimentos,
BMF
pois.....apareceram as deficiencias tecnicas dos nossos poderosos avançados e a falta clarissima de mais 2 a 3 medios intensos e fisicamente robustos com os quais a intensidade teria sido mantida e aniquilado o sporting. E claro que nao se pode contar para este futebol com corona, andre2, hernani, layun, oliver que apesar de bom tecnicamente e macio e lento e simeone e tipo sergio conceiçao. Demos o beneficio da duvida a otavio pela sua juventude mas esta dificil a ele perceber como deve jogar cem este ritmo e esta dinamica. E brahimi esta claramente a esforçar se ( esperemos que nao rasge ) mas so joga 60 minutos, o porto precisa dos tais 2 a 3 medios completos e intensos, sao caros pois serao entao exprimentem o luizao da B porque parece estar ali um excelente medio melhor 20 vezes que andre2 por exemplo que so marca com os olhos.
ResponderEliminar2- Há quem defenda que Óliver não tem intensidade, nem estofo, para as lutas do meio campo, argumentando com as “suas” estatísticas.
ResponderEliminarNunca precisei de estatística para reconhecer as enormes qualidades futebolísticas e técnicas dos enormes jogadores da história do FC Porto, como não preciso de estatísticas para reconhecer a enorme mediocridade de Herrera.
Mas como existem muitos “estatisticeiros” eu lanço as seguintes questões, relativamente às quatro épocas anteriores:
Quem fez mais desarmes?
Quem fez mais recuperações de bola?
Quem mais vezes dobrou os colegas com sucesso?
Quem mais acertou passes longos?
Quem mais passes, ao primeiro toque com sucesso, fez?
Quem mais quilómetros correu?
Quem menos passes errados perigosos, em zona crítica, fez?
Quem menos vezes foi desarmado em zona crítica e perigosa?
Quem menos vezes perdeu a bola, infantilmente, só porque, sobre pressão, sentiu o espirro e o bafo do adversário?
Quem menos pontos roubou à equipa?
Quem menos títulos roubou ao Clube?
Tendo em conta o número de jogos de cada um, nesses quatro anos anteriores, espero
que respondam, a todas essas interrogações, em termos percentuais (descontando o tempo de Óliver no Atlético de Madrid):
ÓLIVER ou HERRERA?
Como eu vejo os jogos com os olhos, não com os ouvidos e nem com o lápis, fico a aguardar, ansiosamente, a estimada e conclusiva informação, dos tais “estatisticeiros”.
Tendo em conta o trabalho que o Herrera tem feito esse comentario é completamente descabido. Sim vamos por o Oliver a jogar so porque sim so porque é craque mesmo que as caracteristicas dele nao correspondam ao que a equipa precise no jogo. É com cada um...
EliminarOff topic
ResponderEliminarRafa Soares, 22 anos, bem promissor, emprestado ao Fulham da 2a inglesa. Jogos pela equipa A - 0, jogos pelas reservas - 1. Bardamerda. Não que fosse fazer muitos mais no FCP, mas gosto mais que do Layun. Que fosse emprestado onde fizesse minutos.
Rui Pedro, 65 min no Boavista...
Manuel