Em quase todos os jogos do FC Porto na I Liga podemos contar com uma coisa: uma equipa a assumir o jogo, a circular mais a bola, a tentar construir com critério e a jogar de forma apoiada; e outra equipa a jogar de forma mais direta, a procurar saídas rápidas e tentando ganhar metros na profundidade. Em Vila do Conde, isso não foi exceção. Surpresa foram os papéis invertidos em campo.
O FC Porto levou três difíceis e saborosos pontos de um jogo em que o Rio Ave teve sempre mais bola e circulou-a melhor, mas só por uma vez a enquadrou com a baliza de Casillas - o primeiro golo da época foi sofrido na melhor altura possível (num jogo em que não causou prejuízo). Uma bola parada e uma boa jogada entre Brahimi e Marega desbloquearam um jogo que mostrou que não é um acaso o Rio Ave estar em 5º lugar mesmo já depois de ter defrontado dois dos candidatos ao título. Uma lufada de ar fresco ver uma equipa mais «pequena» procurar jogar desta forma. Os parabéns para o adversário por isso.
Para Sérgio Conceição e companhia segue a sexta vitória consecutiva, 18 pontos e a certeza que o clássico contra o Sporting, a 1 de outubro, terá em jogo a liderança do Campeonato. O treinador disse, no início da época, que para ele jogar bem era ganhar. E que bem sabe ganhar.
Danilo Pereira (+) - Ora bons olhos o vejam! Depois de alguma quebra na sua forma recente, voltou a encher o campo e a contribuir ativamente para o triunfo do FC Porto. Pressionou mais à frente do que é habitual, ganhou metros no terreno e foi o jogador que mais bolas recuperou, cortou e intercetou. Fez também a diferença na grande área adversária, ao marcar o golo que permitiu dar liberdade, espaço e confiança à equipa.
Brahimi e Marega (+/-) - Tiveram o golo nos pés na primeira parte, mas Brahimi falhou quando tinha Cássio pregado ao relvado e Marega acertou na trave. Regressaram dos balneários renovados e revelaram grande entendimento na jogada do 2x0 - Brahimi muito bem no passe atrasado e Marega excelente numa finalização que pode parecer a mais simples, mas por vezes é a mais complicada (uma bicada seca lá para dentro).
Desta vez Brahimi teve menos oportunidades de tentar o 1x1, mas se muitas vezes há muita parra para pouca uva, desta feita foi objetivo e eficaz nos desequilíbrios que teve a oportunidade de fazer. Já Marega voltou a ter, na segunda parte, a missão de galgar metros no meio-campo adversário, tentando impor-se pela dimensão física. Nos últimos jogos foi sempre o elemento que mais bolas e jogadas perdeu, mas desta vez esteve melhor nesse capítulo e ajudou a manter a presença no ataque.
E não se pode falar disto sem elogiar Sérgio Conceição. Aquando da criticada contratação de Marega, O Tribunal do Dragão só encontrou dois elogios para este jogador: «É forte fisicamente, é rápido. E está descrito Marega». Resultado? Sérgio Conceição encontrou utilidade para essa dimensão física e velocidade. Quando um jogador que não sabe fazer uma receção orientada se torna uma arma para ganhar jogos, é a maior prova cabal de que temos um treinador que está a aproveitar ao máximo o que tem.
E não se pode falar disto sem elogiar Sérgio Conceição. Aquando da criticada contratação de Marega, O Tribunal do Dragão só encontrou dois elogios para este jogador: «É forte fisicamente, é rápido. E está descrito Marega». Resultado? Sérgio Conceição encontrou utilidade para essa dimensão física e velocidade. Quando um jogador que não sabe fazer uma receção orientada se torna uma arma para ganhar jogos, é a maior prova cabal de que temos um treinador que está a aproveitar ao máximo o que tem.
Contacto com bola (-) - A postura do FC Porto ontem está diretamente relacionada com a ausência de Óliver Torres. Os jogadores em campo tiveram uma média de apenas 26 passes por jogador - menos de metade dos números habituais de Óliver. Com o espanhol, o FC Porto circula melhor a bola, tem maior capacidade de variação do flanco e tem mais soluções para as tabelas curtas.
Desta vez, também por estratégia, isso não existiu. A equipa esteve mal no passe - falhou quase uma centena - e teve dificuldades em jogar em toda a largura do campo, deixando que fosse o Rio Ave a assumir-se nesse capítulo. A posse de bola não ganha jogos mas ajuda a controlá-los, coisa que o FC Porto não conseguiu nesta partida. O FC Porto preferiu - e conseguiu, diga-se - controlar o jogo sem bola. Um risco.
Além disso, a equipa ganhou menos bolas divididas do que o Rio Ave, foi desarmada o triplo das vezes em relação ao adversário e acabou por cometer o dobro das faltas. Felizmente, faltou sempre ao Rio Ave discernimento e maior critério no último terço, caso contrário os danos poderiam ter sido maiores. Mérito também para a equipa, que defendeu bem e resumiu o Rio Ave a um único remate à baliza de Casillas. Mas às vezes basta um para se perderem pontos.
O princípio da pressão (-/+) - A intenção estava lá e era boa: pressionar alto. Mas faltaram resultados práticos. Por vezes a equipa estava bem posicionada para perturbar a saída de bola do Rio Ave, mas faltava o seu quê de ambição e vontade em querer ganhar a bola, em vez de simplesmente manter o adversário a trocar a bola na sua defesa. Resultado? Os defesas do Rio Ave fizeram, entre eles, 204 passes, quase tantos como os jogadores de campo do FC Porto. Mas foram poucas as vezes em que o FC Porto soube aproveitar o facto de o Rio Ave ter trocado tanto a bola à entrada da sua grande área. Era possível capitalizar isso de forma superior.
bem ao ler o ``contato com a bola`` pareceu me estar a ler um texto de um jornalista de a bola tantas sao as explicaçoes para nos tentar explicar que ganhgamos por mera sorte por ter faltado essa ave rara do oliver que simeone nao quer ver a frente nem intado, ou essa figura de hipotetico jogador de futebol mexicano que joga meia hora e em 75% das vezes joga muito mal. O PORTO PRECISA DE FORÇA FISICA, RAPIDEZ, INTENSIDADE E ALGUMA TECNICA, jogadorsinhos como oliver, andre2, layun, corona por exemplo para jogar tem de aumentar para o dobro a intensidade no jogo tao simples quanto isso.
ResponderEliminarDeixa-te de ser asno. Oliver é, a seguir a Brahimi, o melhor jogador do plantel. Indiscutivelmente. Classe, qualidade técnica, visão de jogo e, acima de tudo, inteligência. La por o Simeone não o querer, não quer dizer que seja fraco. Iniesta também não é um jogador que tenha força, nem rapidez. Ou David Silva. É por isso que não sao craques mundiais? Oliver é claramente um jogador de posse, não um cavalo de corrida. Não tardará muito e estaremos a chorar a sua saída (os que entendem o seu futebol).
EliminarPelo perfil que tanto defendes, o Marega é o teu jogador de sonho.
Jogo difícil. Uma vez mais a equipa vestiu o fato macaco (acho que esta época ainda não o tirou) e foi para dentro de campo arrecadar os 3 pontos.
ResponderEliminarMarega é isto não vale a pena chover no molhado, um poço de força que demonstra carências técnicas e tácticas evidentes (o n.º de vezes apanhado em fora-de-jogo foi excessivo). Tal como o texto indica mérito para SC por tirar do Marega aquilo que ele consegue dar ao jogo. Também evidenciar a postura do jogador demasiado comprometido com a equipa, quando assim é até consigo desculpar alguns erros.
Desde do tempo de Vilas Boas que não via a postura da equipa mudar da 1ª para a 2ª parte. Isto é quando a 1ª parte corria menos bem víamos alterações notórias na entrada do segundo tempo, algo que com SC parece ter voltado.
Penso que é altura de dar uma oportunidade ao Reyes, o Felipe não está ao nível da época passada e também para moralizar o próprio jogador que tem estado no banco.
Otávio e Herrera deveriam aproveitar melhor as oportunidades dadas pelo mister, houve alguns apontamentos de qualidade mas faltou consistência.
Aboubakar no lance que por acaso antecede o golo de Danilo deveria ser mais pragmático, um bocado na linha daquilo que foi Marega no 2º golo, não se pode ter muitos floreados na hora de chutar à baliza.
Resumidamente bom jogo, mais um teste difícil superado, mais uma deslocação difícil deixada para trás.
Nota: que é feito do Bueno? ficou no plantel? se sim, porque não é reintegrado ao grupo de trabalho podia sempre dar um jeito. E o Sérgio Oliveira? na minha opinião podia ser mais aproveitado, mas o mister é que sabe.
Saudações Portistas
Uma excelente análise. Difícil mas muito importante vitória. Tenho a dizer que esta equipa já me fez engolir muitos sapos, jogadores que eu afirmava não terem categoria para o porto a serem utilizados como grandes armas. Não vamos embandeirar em arco mas prossigamos com esta mentalidade vencedora!
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