segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Um belo 31

Imaginar, no início da época, que no início de novembro o único central suplente já teria que jogar a médio-defensivo, perante a falta de alternativas de raiz no plantel, e que já haveria jogadores a acusar uma quantidade preocupante de desgaste seria coisa para motivar e justificar todo o tipo de preocupações.


Mas o saldo é este: líder à 11ª jornada, com 31 pontos, com a 2ª melhor marca da história do clube e com 4 pontos de vantagem sobre o 2º classificado; melhor ataque; melhor defesa; e uma demonstração de força e estofo mesmo quando a equipa não consegue jogar da melhor forma. No início da época perspetivava-se um campeonato muito equilibrado, com as equipas teoricamente mais pequenas a tirar pontos várias vezes aos candidatos ao título, mas o FC Porto ainda não conheceu nenhum mau resultado nesta Liga - o que não deixa de atestar as dificuldades presentes na Liga, tanto que o 2º classificado deste Campeonato já foi buscar 8 a 10 pontos (com VAR à mistura) nos minutos finais. 

Já o FC Porto, com exceção do clássico em Alvalade, nunca chegou à última meia hora sem já conhecer a vantagem no marcador. O coração agradece, ainda que na mais recente vitória só em cima do minuto 90 foi possível respirar de vez de alívio. 




Héctor Herrera (+) - Está definitivamente a atravessar a sua terceira vida no FC Porto. Quando chegou ao Dragão, Paulo Fonseca não viu nele um sucessor à altura de João Moutinho e Herrera teve uma utilização intermitente; na segunda época, brilhou com Lopetegui, mas na temporada seguinte caiu em desgraça na primeira metade da época; depois da chegada de José Peseiro, recuperou a forma e foi possivelmente o melhor jogador portista da segunda volta; com NES voltou a ser uma unidade de subrendimento, mas agora com Sérgio Conceição está novamente a recuperar o seu espaço.

Está a jogar à Costinha nas bolas paradas, escondido ao segundo poste, e foi daí que nasceu o primeiro golo; depois, já quando faltavam pernas, serviu Aboubakar para o 2x0 após uma corrida de 40 metros. Muito antes, destacou-se no passe (91% de eficácia) e na distribuição de jogo, além de ter criado 4 situações de finalização (tantas quanto Brahimi, Hernâni, Aboubakar, Corona e Galeno juntos). Falhou algumas ações defensivas, mas foi no meio-campo adversário que foi capaz de ser a diferença. Há poucas coisas que possam justificar o desaparecimento de Óliver das opções; esta exibição de Herrera é uma delas.



Diego Reyes (+) - Nota bastante positiva a jogar numa posição que é relativamente nova para si. Foi o jogador mais solicitado em campo, esteve no lance do 1x0 e não se inibiu de subir até aos últimos 30 metros, procurando empurrar a equipa para a frente. Não foi tão eficaz nos duelos individuais como Danilo (perdeu um terço das jogadas pelo ar e pelo chão), mas mostrou ser uma solução válida - se é que é possível que o 3º central seja também o 2º médio-defensivo num plantel que ambiciona lutar por todas as frentes.

Outros destaques (+) - Frieza e classe no golo de Aboubakar, que passou grande parte do jogo longe da grande área, muitas vezes descaído sobre a meia direita, a tentar abrir espaços e a arrastar os centrais. Teve apenas duas oportunidades para rematar, mas numa delas acabou com o jogo. Nota também positiva para Alex Telles, que voltou a jogar sobretudo no meio-campo adversário, criou duas ocasiões de golo e voltou a ser o jogador com mais quilómetros nas pernas. 




A bola nas costas da defesa (-) - Um novo meio-campo, o regresso ao esquema com um avançado, um Hernâni que se enquadrava bem na grande área mas depois parecia ter medo de aleijar a bola a rematar. Ingredientes difíceis para o ataque do FC Porto, mas o problema esteve na forma como a bola (não) lá chegava. Invariavelmente, a equipa abusou da tentativa de bater a bola para as costas da defesa, mesmo que o Belenenses não tivesse a equipa particularmente avançada. A tentativa de apanhar Aboubakar nas costas pelo lado direito, ou de tentar aproveitar logo a profundidade de Alex Telles, deu poucas vezes resultado. Houve dificuldades em criar e encontrar espaço e os sucessivos pontapés longos para a linha da frente não foram solução.

Mais cabeça (-) - A linha que separa os centrais agressivos, duros e impetuosos daqueles que podem deitar tudo a perder numa única entrada mal calculada é ténue. Felipe sabe, ou deve saber, que se pôs a jeito. A dificuldade na abordagem aos lances tem-se acentuado nos últimos jogos, com Felipe a expor-se demasiadas vezes ao risco - e com ele a equipa. Desta vez, ganhou apenas um terço dos lances de cabeça que disputou e foram poucas as vezes que recuperou a bola e soube sair a jogar - os lances em que mais se destacou foi quando, na grande área, não inventou e chutou para longe. Felipe já conquistou titularidade e estatuto no FC Porto, por isso são erros que se poderiam esperar quando chegou do Brasil, não agora que já tem experiência de futebol europeu. É preciso mais cabeça, até porque não nos podemos dar ao luxo de ter Felipe e/ou Marcano em má forma.

4 comentários:

  1. deixar sistematicamente o óliver de fora e meter AA ou SO é algo injustificável. que aconteceu no jogo com o besiktas que fez com que o óliver fosse afastado desta forma? 6 jornadas depois continua a ser o jogador com mais assistências na equipa. SC está a fazer um trabalho soberbo mas este tipo de birras acabam por prejudicar o nosso porto no longo prazo

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  2. jogo miseravel mas ganhamos e isso e muito importante. Mas.....a equipa esta claramente em esforço, o ritmo intenso que SC impoe aos jogadores nao se compadece com jogadores fisicamente flores de estufa. Neste jogo SC pos se a jeito claramente por ter tido uma abordagem teimosa e caprichosa, com o leixoes empatamos, com o boavista a 1 parte foi chata e com o leipzig tambem so que os joigadores tem intensidade que acaba por dar a eqiuipa as vitorias. SC foi homem ao sentar casillas, oliver e soliveira porque sim, mas ... repito mas tem de ter o bom senso de nao exagerar, se o plantel e curto nao pode desperdiçar jogadores, nao e aceitavel com a equipa estoirada, com 3 jogadores fora com lesoes musculares, repito musculares, com um castigado tenha de jogar com brahimi mais do que uma parte, andre2 tanto tempo porque nao podem, nao aguentam fisicamente. Por exemplo sconceiçao numa fase em que o belem nos estava a ridicularizar em campo, mandou entrar vsoliveira sem aquecimento, a pressa, porque?? Hernani e jogaDOr de 2 liga, galeno coxo vale 10 hernanis, temos o luizao na B que entra nesta equipa, temos oliver no banco, temos pereira na B, temos varios centrais na B e bons, temos dalot, temos varela que e melhor que andre2 e oliver, para que rebentar jogadores?? COM ESTE TIPO DE FUTEBOL OU TEMOS 12, A 13 JOGADORES FISICAMENTE COMO MAREGA ( mesmo assim rebentou), abou, filipe por exemplo ou so manteremos a intensidade se fizermos constante rotaçao e para isso sao necessarios 16 jogadores intensos e nesta altura nao os temos. Filipe realmente esta a preocupar se demasiaso com o penteado e tem falhado bastante, sem o caso emails e tinha sido expulso com um penalti contra nos. Dizia SC que faltou remate de longe e mais lançamentos em profundidade, mas para quem?? quem remata de longe na equipss? andre 2 mede metro e meio e hernani basta alguem se encostar a ele e adeus vindima. SC foi incoerente se começou com aquele 11 deveria ter percebido que estava a levar um banho de futebol em certas longas alturas do jogo e nao atuou, quando meteu galeno, soliveira o jogo ficou nosso, caramba com jogadores cansados e a rebentar onde estava maxi? layun nao porque e um jogador sem estofo, TEMOS JOGADOIRES NA B QUE PODEM AJUDAR ESTA EQUIPA DE CARAS OU PRETENDE SE SER CAMPEAO DA 2 LIGA?? A PARAGEM FOI PROVIDENCIAL

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  3. Não percebo o primeiro parágrafo. Não há falta de opções para médio defensivo. Além de Danilo temos o Diego Reyes, que fez um bom jogo, o Herrera, o Sérgio Oliveira e até o André André. Tudo jogadores que podem fazer o lugar na ausência de Danilo. E como o comendador é o titular indiscutível, só se se lesionar é necessário outro médio defensivo, pelo que esses jogadores que enumerei só irão jogar no seu lugar pouquíssimas vezes. Se fosse mesmo necessário mais um trinco no plantel, talvez o Mikel Agu não tivesse sido dispensado. É que para jogar nas sobras de Danilo ele chegava bem, só que o mais provável seria fazer meia dúzia de jogos durante a época. E ainda temos a equipa B que tem lá um médio defensivo bem interesante.

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  4. Tudo muito bem exceto caso Oliver, é inadmissível um jogador que custou 20M não jogar, principalmente por sabermos da sua qualidade e do estado da equipa (fadiga) atual. Prefere ter o André2 que o Oliver a titular, o que é ridículo. Gostava de perceber o que se passou com este jogador pois é um dos 3 melhores do plantel. O caso do Casillas não incomoda tanto pois o Sá consegue dar boa resposta.
    Também acho que o Conceição devia apostar mais noutros jogadores para rotação, como começar a entrar o Dalot, jogar o Maxi com o Pereira a extremo, agora voltará o Soares, mas o Galeno já mostrou que pode ser interessante (muito mais que o Hernani que definitivamente não tem estofo para um clube assim).
    Em Janeiro precisamos de 1 extremo / 2º avançado extra bem como recuperar Oliver, para atacar o resto da época. Este ano o Diogo Jota ou um jogador com o Gonçalo Guedes seriam essenciais.

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