terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Novo desafio, nova superação

O FC Porto nunca tinha estado em desvantagem no marcador neste Campeonato. E se a primeira parte também não deu ares de que a reviravolta seria tarefa fácil, Artur Soares Dias voltou a dar um exemplo de que nem com os melhores árbitros deste Campeonato o FC Porto pode estar «descansado». Se o golo do Vitória é perfeitamente aceitável, por ser um lance no limite, há mais duas grandes penalidades por assinalar a juntar ao cardápio e uma expulsão poupada a Rafael Miranda. Lances que, felizmente, não fizeram falta nem colocaram em causa a justiça do desfecho do jogo, fruto de uma grande segunda parte. 

A equipa está ao nível da última época de Vítor Pereira - mesmos pontos e mesma diferença de golos - e distingue-se, neste momento, pela grande facilidade em criar situações de remate e finalização na grande área, sendo inclusive a melhor equipa do Top 6 da UEFA nesse aspecto - 11,9 remates na grande área/jogo, à frente de Bayern, PSG e Real Madrid, as únicas equipas a rematar mais de 10 vezes na grande área por partida. 

E mesmo na vertente defensiva, apesar dos 2 golos sofridos, na Europa só Man. City (6,3) e Nápoles (7,5) permitem menos remates por jogo do que o FC Porto (7,7). Um exemplo de que isto se trata de uma equipa forte a atacar e a defender, madura e equilibrada taticamente, que não ocupa o lugar que ocupa graças a místicas, raças e outros lugares comuns. O FC Porto é líder porque é uma equipa de qualidade, com cunho de Sérgio Conceição, que combina a tal luta com bom futebol.




Brahimi (+) - Se não está no seu melhor nível desde que assinou pelo FC Porto, então anda lá perto. Foi o único a exibir-se a bom nível na primeira parte, com destaque para a forma como inventou uma jogada que ninguém aproveitou aos 44', mas foi no segundo tempo que deslumbrou, ao criar e aproveitar sozinho o espaço para o 2x1, numa jogada de génio. Em toda a Europa, só Neymar e Messi têm mais dribles eficazes do que o argelino, que criou 4 ocasiões de golo, rematou 4 vezes e só falhou uma tentativa de drible. A este nível, e com o 28º aniversário à porta, o mercado pode agitar-se.


Fórmula na 2ª parte (+) - Sérgio Conceição admitiu-o, e bem: o FC Porto teve imensas dificuldades no jogo exterior até ao intervalo. Nada estava a funcionar pelos flancos, tanto que a equipa não acertou nenhum cruzamento na primeira parte. Depois, o FC Porto forçou particularmente as subidas pelo corredor direito e foi desse flanco que nasceu a vitória: três cruzamentos de três jogadores diferentes (Corona, Hernâni e Ricardo), para três boas finalizações de Aboubakar e Marega, que nem estavam a fazer um bom jogo, mas apareceram quando foi preciso para resolver.




A primeira parte (-) - O FC Porto foi a tempo de transformar um Machado num Boné, pela forma como reajustou a estratégia para a segunda parte. Mas isso não invalida o grande desacerto e desconcentração que marcaram os primeiros 45 minutos. Nada a funcionar pelos flancos, demasiados passes longos falhados, dificuldades em encontrar espaço. Corona desconcentrado e inconsequente, Danilo e Óliver sem entendimento no miolo, Aboubakar e Marega a perderem a maioria das bolas e pouca profundidade nos corredores. Valeu o despertar ao intervalo, para a oitava vitória consecutiva. 

3 comentários:

  1. Bom comentário ao jogo, com Sérgio Conceição a provar mais uma vez que consegue emendar os erros e colocar a equipa a melhorar e muito na segunda parte. Sérgio Conceição tem sido uma surpresa em termos tácticos e a provar que não existe apenas raça. Gostaria de saber se irá haver algum post dedicado ao mercado de inverno, nomeadamente quanto às renovações (ou não) e potenciais aquisições.

    ResponderEliminar
  2. O primeiro golo do vitória é em fora-de-jogo pouco evidente e desculpa-se a decisão do árbitro assistente. Mas e o VAR para que serve? Para nada vou eu percebendo.

    ResponderEliminar
  3. Bom post, façam la um sobre o mercado de inverno e necessidades do plantel. A SAD teima em nada ajudar o SC que tem feio milagres com o que tem, nem vemos emprestados a voltar (Quintero / Suk / Rui Pedro), nem contratações pelo menos internas (Raphinha / Nakajima / Etebo). Obrigado

    ResponderEliminar

De e para portistas, O Tribunal do Dragão é um espaço de opinião, defesa, crítica e análise ao FC Porto.