Ainda ninguém sabia o que eram padres, missas e e-mails, mas já se perspetivava um grande futuro a Fábio Veríssimo, o «wonderboy» que, literalmente no espaço de um mês, passou das distritais para o estatuto de árbitro internacional, com apenas um par de jogos de I Liga no currículo e atropelando as diretrizes da FIFA.
É caso para dizer: como cresceu o menino! Bruno Paixão, VAR para o Feirense x FC Porto, deve ter ficado orgulhoso com o que testemunhou, recordando os seus célebres desempenhos no Campomaiorense x FC Porto (99/00) ou no Gil Vicente x FC Porto (11/12). Veríssimo honrou a herança de Paixão.
Mas de facto, há que ter a sensibilidade de discutir uma coisa: Fábio Veríssimo fez o que fez por ser um árbitro inqualificado para o cargo?; ou fê-lo por estar condicionado e sob pressão? Tudo bem, à partida, quem está condicionado e sob pressão já não pode ser qualificado para o cargo. Mas estará Fábio Veríssimo refém de que sabem enumerar nomes, moradas, famílias, matrículas e mais detalhes - alguns deles ilícitos - da vida pessoal dos árbitros? É a questão que se impõe, sabendo que o resultado acaba sempre por ser o mesmo: benefício para o Benfica, prejuízo para o FC Porto.
Sérgio Conceição e os jogadores escaparam à rasteira e, de uma jornada de Benfica x Sporting, tiraram o máximo proveito: o regresso à liderança isolada, com os registos que têm acompanhado a equipa - invencibilidade, melhor ataque e melhor defesa. Dizer que foi na raça de pouco vale, porque a raça, por si só, não ganha nada. Mas quando é acompanhada por esta inteligência e qualidade, sim, faz a diferença.
O FC Porto fez, e bem, uma exposição ao Conselho de Arbitragem, mas não pode deixar que esta tenha o mesmo resultado das anteriores. Por exemplo, já poucos se recordarão que o FC Porto fez o mesmo relativamente à arbitragem de Rui Costa na receção ao Arouca, em 2015-16, após erros que envolviam um golo mal anulado e um penálti (com consequente expulsão) perdoados. Mas se calhar a coisa de que muitos mais rapidamente se recordam foi que Maicon escorregou nesse jogo e desistiu de um lance.
Outro exemplo, o FC Porto-Chaves da época passada, que também foi alvo de uma exposição face à arbitragem de Vasco Santos. De que resultou? De nada, pois logo depois houve uma derrota com o Moreirense e empates com Feirense e Paços de Ferreira, e já ninguém quis saber de arbitragem. Aliás, só nessa época, até ao mês de dezembro o FC Porto fez não uma, nem duas, mas sim cinco exposições ao Conselho de Arbitragem. Que efeito tiveram? Zero. Benfica campeão, FC Porto prejudicado, o mesmo filme das últimas épocas. O erro não pode ser repetido.
Brahimi (+) - Já teve intervenção direta em 16 golos nesta época, o último dos quais o 1x0 nesta visita ao Feirense. Num jogo em que foi difícil para as individualidades «aparecerem», Brahimi voltou a ser denominador comum na criatividade do FC Porto, tendo sido eficaz em todas as tentativas de drible no meio-campo adversário. Teve 65 ações com bola, por exemplo mais do que Aboubakar e Marega juntos, e fez dois dos cinco remates enquadrados do FC Porto.
Aboubakar (+) - O único à frente de Danilo Pereira a conseguir acompanhar o ritmo de Brahimi e a acrescentar coisas à equipa. Abriu o marcador, com o seu 24º golo nesta época, criou mais uma ocasião flagrante de golo e tentou sempre oferecer soluções à equipa, quase sempre longe dos últimos 25 metros. Não esteve tão assertivo no passe como seria desejável, mas acabou por revelar-se novamente decisivo num jogo muito difícil, do qual se destacaram ainda Danilo, Alex Telles e pouco mais - Felipe cometeu vários erros, mas quem acaba por fazer o golo da vitória, no único remate do FC Porto à baliza do Feirense na segunda parte, tem que merecer destaque.
O regresso de Óliver (+) - Este mês de janeiro vai ser a oportunidade para esclarecer uma coisa: ou Óliver não contava porque o FC Porto já tinha a sua saída alinhavada para este mês, ou porque era uma opção de Sérgio Conceição. Se é opção, é sem dúvida a mais discutível decisão do treinador. Não por Herrera estar mal (pelo contrário), mas por Óliver ser, em qualquer dia da semana, melhor do que André André e Sérgio Oliveira (que, bem vistas as coisas, não conta para o esquema habitual, mas sim para quando é necessário mudar de esquema inicial). Falhou apenas um passe nos últimos 55 metros e deu calma à equipa, sobretudo após o 2x1, além de ter orientado a equipa para o ataque - André André fez apenas cinco passes para a frente no meio-campo adversário. E enquanto Óliver teve 6 ações defensivas, André André teve apenas duas, tendo perdido a maioria das jogadas que disputou. Óliver é melhor. Quem quer ser campeão tem que jogar com os melhores mais vezes.
Já lá vão 5 dias (-) - Não custa muito lembrar: o mercado está aberto. E podemos continuar com as graçinhas de que não são precisos jogadores se todos estiverem disponíveis, ou que Messi e Ronaldo são muito caros, mas desvalorizar esta questão - coisa que certamente pelo menos Sérgio Conceição não o faz - é abusar da sorte. Para todos os efeitos, apesar das contingências provocadas pelo apito, foi apenas de bola parada que o FC Porto conseguiu rematar à baliza do Feirense na segunda parte. Uma cabeçada de Felipe, um golo. Faltam soluções, e não basta estarem todos disponíveis.
André André, Corona e Marega estavam disponíveis, mas não conseguiram boas exibições. Hernâni estava disponível, mas pouco mais serve do que para fazer número. Layún, que queriam fazer sair, teve que entrar na equipa para ajudar a segurar a vantagem. Soares, que (também prejudicado pela lesão) tem tido dificuldades em fugir à descrição de que é melhor reforço de inverno do que um jogador para médio prazo, é a única alternativa para o ataque neste momento. Não chega. Sérgio Conceição merece melhores condições, merece mais consideração.
À 11ª jornada o FC Porto tinha 4 pontos de vantagem sobre o Sporting. Passado duas jornadas perdeu a vantagem. Neste momento voltou a isolar-se na liderança, com dois pontos de vantagem. Cabeça.
Esta arbitragem conseguiu o feito de ultrapassar a famosa arbitragem do Bruno paixão no campomaiorense Porto. Foi talvez a pior arbitragem que já vi até hoje. Talvez o porque o professor estaria a dizer ao aluno que o clube do coração estava a perder. Talvez.
ResponderEliminarOu muito me engano ou o Veríssimo (como o Tiago Martins, como outros) vêem desta cepa: http://misterdocafe.blogspot.pt/2017/01/os-protegidos-do-apito.html
ResponderEliminarVocê está a ser injusto com Soares - mesmo com André² e SO, mas pronto, vá lá que Marega lhe escapou - porque é, minha opinião, jogador para o Porto e quem praticou desporto, qualquer tipo, sabe o quão difícil é reganhar a intensidade imposta pelo Sérgio depois de uma lesão muscular grave, principalmente quando se joga 20m. Para agravar, o raio do Moussa, mesmo com dois pés esquerdos, consegue fazer piscinas olímpicas aos 94m...
ResponderEliminarDe resto, check!
Mau árbitro não pode ser para o convidarem para o jogo de apresentação.
ResponderEliminarSe o Oliver é capaz de 3 cortes eficazes em 2 minutos, parece-me que devia jogar mais.
concordo, faltam nos desde sempre dois medios intensos sem duvida e mais um def central e talvez um ala. Andre2 so as vezes, hernani tadito, layun idem, corona ha mmuito tempo que se espera algo de bom dle e nunca sai, ora tendo um plantel curto e prescindir de oliver e soliveira e ouro masoquismo ou teimosia, no entanto pelo que se ve oliver parece nao estar aborrecido, se fez treinos especificos e fisicos otimo. Nao temos dinheiro para wendell e outros do genero entao temos lçuizao e varela da B mas SC e demasiado quadrado e nao aposta, por vezes da rebiuçados mas depois tira os, falta algum equilibrio emocional a SC. Ou sera que quer que o folha seja camepao da 2 liga?
ResponderEliminarDanilo (e restantes adeptos do FCPorto que estiverem a ler isto) - Arranja lá aí umas borlas para estes 2 rapazes. É gente lá da tua terra.
ResponderEliminarOu pelo menos podem servir de maqueiros dos bombeiros num jogo qualquer à escolha.
http://www.lidadornoticias.pt/mertola-jovens-da-guine-bissau-e-cabo-verde-bombeiros-e-fas-do-fcporto-e-de-danilo/
Não percebo como se coloca o Ricardo entre os 4 melhores do Porto x Vitória. É um lateral banal, razoável a atacar, medíocre a defender, como se viu no golo do Guimarães. Foi dos piores em campo.
ResponderEliminarTemos demasiados jogadores de qualidade limitada. Não tenho dúvidas de que é mesmo SC que está a conseguir fazer omoletas sem ovos. Basta olhar para o Marega, que é dos piores avançados que eu vi jogar no Porto, mas até parece um jogador decente, com este modelo de jogo.
Tem mesmo de ser assim, se o Marega precisa de 10 oportunidades para marcar um golo, então dão-se 10 oportunidades ao Marega. Quando não se podem dar 10 oportunidades ao Marega, perdem-se pontos, como aconteceu com o Benfica.