sexta-feira, 15 de junho de 2018

Análise 2017-18: os centrais

Saiu a custo zero
Iván Marcano - Um exemplo de sobriedade e maturidade em toda a sua estadia no FC Porto. Chegou com low profile, rapidamente agarrou e justificou o lugar no 11, chegou ao grupo de capitães e despediu-se como campeão, marcando inclusive o último golo da época 2017-18 (na qual fez sete golos e uma assistência). O FC Porto não conseguiu renovar com o espanhol atempadamente e, naturalmente, Marcano tornou-se um alvo cada vez mais apetecível no mercado, a ponto de ter ofertas muito superiores às do FC Porto para prosseguir a carreira. Perto dos 31 anos, seguiu o caminho lógico, mudando-se para Itália e deixando o FC Porto órfão daquele que foi o melhor central da I Liga na última época. Com o aproximar do final do contrato, logicamente que passou a ser cada vez mais «caro» renovar com Marcano. O tempo dirá se a compra de novos centrais para 2018-19 se revelará mais ou menos dispendiosa do que teria sido renovar com Marcano, que faria perfeitamente mais duas épocas de bom nível. Para já despedimo-nos de um profissional exemplar e de um dos bons jogadores do FC Porto da última década.

Contrato até 2021
Felipe - Abençoada a hora em que Sérgio Conceição decidiu mandar o brasileiro para o banco durante uns jogos. Na primeira parte da época, chegou a ser sofrível ver Felipe em alguns momentos. Desconcentrado, desleixado, ultrapassando muitas vezes os limites da agressividade e cometendo uma enxurrada de faltas desnecessárias e em posições comprometedoras. Quando voltou à equipa, em janeiro, surgiu renovado, apesar da comprometedora exibição no Restelo, e partiu para uma série de boas exibições, tendo ainda conseguido tornar-se o 2º central com mais interceções na Liga (80) e o 2º defesa com mais duelos aéreos ganhos (134) - dois dados notáveis quando temos em consideração que o FC Porto foi a equipa que menos teve que defender na Liga. Na próxima época, sem Marcano, Felipe terá que assumir o papel de «patrão» da defesa e a sua responsabilidade será redobrada, tendo em conta que o setor defensivo será o que terá mais alterações na equipa. O Felipe da segunda metade da época tem tudo para dar conta do recado. 

Final de contrato
Diego Reyes - O central mexicano foi comprado ainda em 2012. Nas duas primeiras épocas jogou mais pela equipa B do que pela A, seguiram-se dois empréstimos para Espanha e regressou ao Dragão para ter a sua época de maior utilização, mas ainda assim insuficiente para agarrar-se ao 11. Reyes entrou bem na equipa quando Felipe saiu do 11, teve uma sequência de boas exibições que justificavam a continuidade, mas depois da eliminatória com o Liverpool o central deixou de ser aposta. Reyes chegou ao final de contrato e o seu futuro passa pela saída do FC Porto, numa operação que pode revelar-se particularmente complexa - não esquecer que o passe de Reyes, ainda antes do jogador chegar ao Dragão, foi alienado ao fundo Gol Football Luxembourg, uma offshore de Pini Zahavi, e neste tipo de acordos os fundos nunca perdem dinheiro. Embora tenha conseguido algumas boas exibições na última época, Reyes teve diferentes treinadores, diferentes (pré-)épocas no FC Porto e, ainda assim, nunca conseguiu ter o estofo necessário para se fixar na equipa. Foi um investimento caro da SAD, mas apesar de ter feito a sua melhor época pelo FC Porto, mesmo com a saída de Marcano o clube prefere recrutar novos centrais no mercado do que tentar a renovação com Reyes. Ficará sempre a impressão de que Reyes poderia ter dado mais, mas foram cinco épocas à espera que se afirmasse - e como dar-lhe a sexta oportunidade implicaria um contrato prolongado, percebe-se que os seus agentes estejam a procurar uma solução longe do Dragão e que a SAD já prepare o futuro nesse sentido.

Contrato até 2022
Osorio - Fez apenas um jogo pelo FC Porto - derrota no Restelo. Não mais voltou a jogar... e foi campeão. Apesar de a contratação de Osorio não ter trazido quaisquer benefícios para 2017-18, no momento do seu empréstimo por parte do Tondela já estava prevista a sua permanência a título definitivo no Dragão. Osorio tem caraterísticas físicas e atléticas muito interessantes, mas no Tondela não mostrou nenhum potencial fora do comum - revelou até muitas dificuldades no jogo aéreo e em aspetos básicos de um central. Fica a dúvida se fica no clube por causa da cláusula de compra obrigatória, ou se Sérgio Conceição acredita de facto no seu valor. Osorio tem tudo o que se pode desejar a nível físico e atlético num central, mas tem basicamente que evoluir em todos os aspectos - marcação, posicionamento, timing de entrada sobre a bola, jogo aéreo. Para já ganhou uma pré-época para mostrar serviço, sabendo que, com as saídas de Marcano e Reyes, é a par de Felipe o único central a transitar de uma época para a outra. Será preciso muito, muito trabalho por parte do venezuelano. 

2 comentários:

  1. centrais........Marcano jogador serio mas este ano deu a taça ao sporting e nao fora casillas tinha dado o campeonato ao benfica, demasiadas falhas para um central do porto, que tenha sorte. Osorio qualidades tecnicas otimas ate para o meio campo ou uma lateral, Reys ja chega de porto, lento concerteza leite e bem melhor.

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  2. Marcano: fez uma grande época, talvez a melhor desde que chegou ao Porto, sempre com uma postura séria e profissional, sería importante ter continuado, no entanto a sua opção é compreensível.

    Felipe: totalmente adaptado ao futebol europeu, aos 29 anos, talvez fosse o momento ideal para realizar um encaixe financeiro significativo com ele mas face ao atual cenário, e imprescindível mantê-lo. É o patrão da defesa, central de caráter forte e apesar de ter alguns lapsos e exageros é, na minha opinião, o melhor central do FCP.

    Diego Reyes: penso que deveria ser feito um esforço para renovar, sería o candidato natural ao lugar de Marcano, internacional mexicano, com 25 anos, 6 épocas de Europa, onde se destacam as duas de elevado nivel na la liga, sendo considerado dos melhores centrais a jogar em Espanha, esta época cumpriu sempre que foi chamado além de poder funcionar como alternativa a Danilo.
    Até por ter sido um investimento elevado, parece me que seria um elemento que ainda iria bem a tempo de dar algum retorno.

    Osório: muitos adeptos reconhecem-lhe potencial e boas caraterísticas, no entanto, tem 24 anos, vai bem a tempo de evoluir mas não estamos a falar de uma jovem promessa sub-21, e pelo (pouco) que jogou, não me transmitiu confiança, penso que se ficar no plantel seria sempre como 4 central, ocupando a vaga que deveria ser de Diogo leite.
    Como 3' central apostaria no Chidozie.

    Neves

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