domingo, 10 de setembro de 2017

Chave avançada

O FC Porto ainda não tinha chegado ao intervalo sem estar a vencer. Demorou 4 minutos a corrigir essa situação e, após uma primeira parte francamente má - o Chaves fechou bem os corredores e o espaço no jogo interior, limitando assim o FC Porto a pouco mais do que as diagonais de Brahimi -,  a equipa conseguiu a 16ª vitória em 16 receções frente ao Chaves, mantendo o percurso imaculado no Campeonato. 

Estamos perante um Campeonato que será extremamente competitivo e em que as equipas ditas pequenas vão, muitas vezes, tirar pontos aos candidatos ao título, ou então ficar a um minuto, uma falta, um penalty ou uma decisão do VAR de o fazerem. A visita a Alvalade ainda vai longe no calendário, mas restam apenas duas jornadas a separar o FC Porto da possibilidade de poder defrontar o Sporting invicto e a jogar diretamente para a liderança isolada. 


Para já segue-se a Champions, num grupo em que existe a responsabilidade de o FC Porto ter mais presenças na Liga milionária do que Besiktas, Mónaco e Leipzig juntos, mas sem esquecer que qualquer equipa pode ambicionar a qualificação direta neste lote e que Iker Casillas e Maxi Pereira, juntos, representam praticamente metade da experiência internacional deste plantel. 

Por enquanto, Sérgio Conceição e o plantel têm respondido a cada dificuldade com uma vitória. E embora não tenha sido pela defesa que o FC Porto falhou os últimos títulos, continuar sem sofrer golos é sempre um bónus que atesta um bom trabalho desenvolvido (não esquecer que a equipa, quase com a mesma defesa, acabou a última época a sofrer 9 golos em 10 jogos oficiais). 





Óliver Torres (+) - Já fez mais assistências do que em toda a última época, e fê-lo com um conhecimento perfeito de tempo e espaço: antes de Óliver cruzar, não havia ninguém na grande área; depois da bola sair do seu pé, rapidamente apareceram quatro jogadores na grande área, o último dos quais pronto a finalizar. Uma vez mais, o que mais se destacou em Óliver é a forma como está a apostar mais no passe longo - falhou apenas um em toda a partida, e quase nunca precisou de baixar para lá do meio-campo para pegar no jogo. Criou ainda duas ocasiões de golo e destacou-se na primeira linha defensiva, com 11 momentos de desarme/recuperação. Uma exibição completa. 

Marega (+/-) - O melhor jogo com a camisola do FC Porto, essencialmente pelo trabalho desempenhado na segunda parte. Se no primeiro tempo o seu melhor lance foi um em que tropeçou na bola, na segunda parte fartou-se de ganhar metros no terreno e de arrastar a equipa para a frente. A sua inabilidade técnica é clara (voltou a ser o jogador com mais perdas de posse - 21, depois das 22 em Braga - e só 3 jogadores do Chaves tiveram pior eficácia no passe em campo), mas o facto de ter atacado mais vezes o espaço livre, evitando o 1x1 e a zona central, permitiu-lhe galgar terreno e empurrar a equipa quando o Chaves concedeu mais espaço. O facto de se esperar tão pouco deste jogador até contribui para que se lhe reveja qualidade no que deviam ser requisitos básicos (a luta, a garra, o empenho), mas trabalhou muito para a equipa e fez por merecer o bom golo que marcou.


Yacine Brahimi (+/-) - A única luz na equipa durante a primeira parte, embora desta vez tenha sido particularmente ineficaz no drible (acertou apenas 3). Ainda assim, foi 2º o jogador em campo que mais tocou na bola, tentou arrastar a defesa e ainda surpreendeu por ter sido o jogador que mais bolas recuperou (11 no total). Esteve novamente muito bem no passe, mas objetivamente o seu futebol só rendeu uma ocasião de golo à equipa, o que o impediu de sair com uma nota mais elevada de uma partida em que, apesar de tudo, voltou a ser dos melhores.

A entrada de Soares (+) - Saiu Corona. Sérgio Conceição poderia lançar Hernâni, Otávio ou até Ricardo Pereira, mas optou por apostar logo em Soares. E foi uma escolha audaz - com isso, Marega foi puxado para o lado direito e o próprio Soares jogou sobretudo descaído para os flancos, mais longe da grande área. Isso implicava menor criatividade e capacidade de 1x1, mas deu mais presença à equipa no ataque e teve efeitos práticos - Soares fez o passe para o 1x0, ganhou o penalty (batido de forma denunciada mas felizmente corrigida) e foi o mais rematador da equipa, com 5 tentativas (embora duas tenham sido no penalty, nenhum outro jogador rematou mais do que duas vezes). 




Toda a primeira parte (-) - O Chaves teve mérito: soube anular a manobra ofensiva do FC Porto. Mas haverá cada vez mais equipas a posicionarem-se da mesma forma, por isso será necessário encontrar soluções além da capacidade individual de Brahimi. Em toda a primeira parte, o único lance de algum perigo saiu de um remate do argelino. De resto, equipa e jogadores em subrendimento, em relações variadas de causa/efeito. Aboubakar só tocou 3 vezes na bola do meio-campo para a frente, Layún não chegava ao último terço, Danilo sentiu muitas dificuldades a meio-campo, Corona voltou à forma intermitente que lhe é caraterística e houve apenas 3 bolas colocadas em posição de remate.

Dificuldades que a equipa ultrapassou na segunda parte, com um golo algo feliz de Aboubakar (mérito e qualidade no movimento, sorte no remate - mas diz-se que a sorte passou a ser um requisito para o prémio Puskas), mas Sérgio Conceição e os jogadores terão por certo muito para rever nestes 45 minutos. E em bom momento: é melhor aprender sobre os erros nas vitórias do que nas derrotas.

4 comentários:

  1. Só espera pouco desse jogador porque anda de olhos tapados. Esse jogador foi, apenas e só, o melhor jogador da liga portuguesa na 1ª metade da época passada!

    Ventura

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  2. nao concordo com essa "pressao" que o TdD poe na champions, independentemente do nosso grupo ser "acessivel" ou nao ter "tubaroes".
    pura e simplesmente nao temos plantel ou profundidade de plantel para "ir a todas".
    pessoalmente, ganhar os jogos em casa para os "milhoes" ja me parece muito bem, o resto, logo se vai vendo plo andar do calendario e de como esta a "saude" do plantel e dar prioridade para o campeonato.
    manu365

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  3. Falta nos machados a insegurança defensiva. Desnorte no posicionamento e layun completamente abaixo do nível de um defesa lateral (sem sincronização com o resto da defesa até).

    Mesmo que a marca dos zero golos seja boa e a defesa também, após este jogo, só não sofremos golos pela incapacidade do chaves.

    A rever, o posicionamento defensivo em transição.

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  4. certo, mas nao vou nessa tendencia de elogiar muito oliver e brahimi. Oliver porque com a bola nos pes e sem marcaçao e bastante bom, mas com marcaçao por ser lento e fisicamente menos dotado desgasta se e claro depois leva amarelos por chegar tarde a disputa de bola, brahimi porque tem um futebol improdutivo a maioria das vezes por se agarrar demasiado a bola isso leva o a desgastar se e a jogar 60 minutos so. Corona joga so 30 minutos uma ou outra bem o resto uma desgraça, layun e uma anedota, acomodado , 6M ?? brincamos?? Danilo sem ter frescura fisica perde se um pouco por ser lento, com estes problemas valeu nos mais uma vez a força fisica dos 3 avançados que ja nos ganharam os jogos quase todos. OBVIAMNETE PRECISAMOS DE 3 MEDIOS INTENSOS O TEMPO TODO PARA ACRESCENTAR MAS ONDE ESTAO SEM SEREM CARISSIMOS?? PELO MENOS UM DAVA JEITO, assim temos de jogar com o que temos, as substituiçoes desta vez deveriam ter sido mais rapidas depois do golo para agarrarmos o meio campo que estava a fugir. O PENALTI MARCADO A EPOCA ANTERIOR NAO TINHA SIDO MARCADO, portanto denuncia los, ataca los consistentemente e sem vacilaçoes, eles estao desesperados como se percebe a cada entrevista, a cada comentario, a cada patetice com a qual tentam desviar as atençoes, o bras da tvi 24 foi um exemplo disso mesmo a defender o indefensavel.

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De e para portistas, O Tribunal do Dragão é um espaço de opinião, defesa, crítica e análise ao FC Porto.