domingo, 18 de outubro de 2015

Seriedade e segundas linhas de primeira

Mais do que exuberante ou brilhante, o FC Porto foi acima de tudo sério. Foi essa seriedade que lhe permitiu superar o Varzim e continuar na Taça de Portugal. Julen Lopetegui mexeu imenso na equipa (9 mudanças, 10 se contarmos com a troca de posição de Layún), o que significou um decréscimo nas rotinas e sintonia da equipa, mas serviu para ganhar ou reforçar soluções no plano individual.

Tello, o melhor na Póvoa
Lichnovsky estreou-se ao pé de um bem mais seguro Indi, Layún ganhou rotinas para substituir Maxi Pereira, Evandro disse presente junto a um Imbula mais confiante, Bueno reclamou mais protagonismo, Tello acordou e Osvaldo, mesmo sem pontaria, mostrou que se pode contar com muito trabalho e entrega por parte dele, que até era a maior incógnita em seu redor. 

Todos gostariam que a Taça de Portugal fosse sinónimo de oportunidades para um ou outro jovem, inclusive da equipa B, mas essa deveria ser a função da Taça da Liga. Na Taça de Portugal, pelo historial da competição e até pela desilusão que foi a participação em 2014-15, faz todo o sentimento que Lopetegui privilegie as chamadas segundas linhas do plantel principal. Até porque, como se viu em alguns casos, só não jogam mais porque o nível competitivo e qualitativo do plantel é de facto muito elevado.

Seguem-se dois testes importantíssimos em casa: receção ao Maccabi, que poderá muito bem valer a liderança isolado do grupo da Champions, rumo aos 1/8, e jogo contra o competente e fortalecido SC Braga, numa jornada em que há dérbi em Lisboa. Depois será tempo de matar a maldição na ilha da Madeira. Um passo de cada vez, três passos onde não poderemos falhar.





Reabilitação (+) - Ao encontro do 2.º parágrafo. A Taça de Portugal é uma oportunidade para as segundas linhas, que não deixam de ter qualidade para jogar regularmente no 11, aparecerem. Indi (que será titular nos próximos jogos), Evandro e Bueno são perfeitos exemplos disso mesmo, sobretudo este último. As caraterísticas de Bueno oferecem, simultaneamente, capacidade para ser 3º médio e 2º avançado, muito útil contra autocarros. Percebe-se o meio-campo de combate de Lopetegui nos maiores testes, mas no campeonato português Bueno arrisca-se a ser útil em qualquer jogo. Evandro está tapado por André André, que está a travessar a melhor fase da sua carreira, mas tudo o que faz faz bem, com naturalidade, critério e qualidade. Pode perfeitamente saltar para o 11 a qualquer momento, não esquecendo a sua importância aquando da lesão de Óliver há um ano. Indi esteve muito melhor na ocupação do espaço e no jogo aéreo, afirmando-se como o patrão ao lado de um jogador ainda inexperiente.

Osvaldo, bem e mal
Cristian Tello (+) - Acordou. É o verbo que melhor se aplica à sua exibição. Rápido, aguerrido, excelente na progressão orientada para a baliza, preciso nos cruzamentos. Jogou como só o sabe fazer - depressa - e como ainda não o tinha feito esta temporada - bem. Está num ano decisivo da sua carreira. Será difícil para o FC Porto mantê-lo nos seus quadros, mas se não brilhar no FC Porto também não voltará ao Barcelona. A concorrência de Brahimi e Corona (ontem pouco se viu de Varela) vai obrigá-lo a ser o Tello que vimos ontem.

Trabalho de Osvaldo (+/-) - Osvaldo nunca foi conhecido por ser um goleador. Quase a fazer 30 anos, ainda não atingiu a centena de golos na carreira e no seu percurso sénior só por uma vez superou a barreira dos 15 golos e apenas em quatro chegou à dezena. A maior incógnita em relação à sua contratação não era saber se ia fazer 25 golos, era saber que tipo de profissional íamos ter. Dentro de campo, sobretudo ontem, nada a apontar a não ser coisas boas: lutador, aguerrido, sempre a pressionar e a pedir bola. A atitude a manter é esta, mas como é claro isto não chega, e falhou três ocasiões que um matador não pode perdoar. Castigo duro, pois aos 6 minutos já tinha feito um golo limpo, invalidado sem qualquer razão. Depois, a cada oportunidade falhada sentia que se afastava mais da titularidade. Quanto a mim, somou pontos: o ponta-de-lança do FC Porto tem que se distinguir, acima de tudo, pelo trabalho e empenho. Os golos serão sempre consequência disso. Mas não falhando três golos cantados por jogo.





Pouco caudal (-) - A vitória não mereceu contestação e o FC Porto teve oportunidades para golear, mas a equipa não fez assim tanto em termos ofensivos. Apenas 8 remates, só mais 2 do que o Varzim. Sem proveito nas bolas paradas ofensivas (3 cantos), só duas tentativas de remate de meia distância e o guarda-redes do Varzim acabou por não ser assim tantas vezes solicitado. Um pouco consequência da falta de rotinas da equipa, claro, mas era possível fazer bem mais. Apontamento negativo para as exibições de Cissokho e Varela, que não aproveitaram para reclamar mais tempo de jogo.



12 comentários:

  1. O campeonato vai ser muito longo, ainda vamos no início. Neste momento até o Chelsea pode ser campeão rsrs..... Este jogo foi muito importante para criar mais rotinas nas "segundas linhas", que a qualquer momento serão titulares e vão ser fundamentais para ganhar o campeonato.

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  2. Foi um bom jogo com uma boa oportunidade para os menos utilizados, que aproveitaram (exceto Cissokho). Gostava de ter visto o Sérgio Oliveira, surpreendente nem nos convocados estar.

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  3. gostei da atitude dos jogadores das duas equipas. Bueno é muito bom jogador, evandro pode ir a sua vida, tello engatou neste jogo, osvaldo joga bem, layun é muito util mas nunca passara disso mesmo, nao percebo como sergio oliveira nao tem entrada neste grupo mais uma teimosia do treinador que nao gosta de jogadores á porto e da casa, mesmo andre teve sorte ao correrem lhe bem os jogos ou seria herrera a menina dos olhos do treinador com os resultados miseraveis sabidos. O ex. rui neves nao cola porque se ele nao o lançasse ainda estaria a acentuar o tal fato de nao gostar de jogadores com a mistica. Imbula parece um aranhiço para os 20M. Conclusao ganhamos é o que importa.

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    1. Herrera luta muito assim como maxi, andre andre por isso sao jogadores á Porto (o herrera está em "pre epoca",precisava de descanso). O imbula so lhe tiram a bola com falta tal é a qualidade de proteçao da bola.

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    2. O André André não teve sorte, procurou-a, e o Sérgio também a devia procurar em vez de andar mais preocupado com o penteado e com as noitadas, o nosso treinador já provou que pra ele não importa as nacionalidades mas sim quem se esforça e luta tanto nos treinos com depois consequentemente nos jogos. O Porto neste momento tem Danilo Pereira, Rúben Neves, Imbula, Herrera, André André, Evandro,e Bueno para o meio-campo portanto é bom que o Sérgio dê o litro se quer ter a sua oportunudade

      E sobre o Imbula como todos os jogadores teve que passar por uma fase de adaptação ainda pra mais depois de ter falhado a maior parte da pré época por lesão, mas nestes últimos jogos tem tem estado excelente, e ainda só fez neste mês 23 anos portanto é um jogador que ainda pode crescer e dar muito ao clube e depois sair por mais do dobro daquilo que custou

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    3. Sérgio foi contratado para da uma bicada ao Sporting que o queria e sai em Janeiro para Inglaterra. Ser agenciado pela Doyen foi juntar o útil ao agradável.

      Lopetegui aceitou te-lo no plantel mas não convenceu. A fartura não ajuda (Herrera, Evandro e Bueno quase não jogam, e preciso dizer mais?) mas o que mostrou no Paços não augurava mais do que isto (não e uma competição jovem e um penalti contra o Benfica que faz um jogador)

      O Porto evitou a ida para um rival, Lopetegui ganhou uma opção e agora sai em Janeiro para um pais onde tem mercado.

      A historia e esta e o jogador sabe. Conversas de boca cheia a falar de noite e penteados são para encher chouriços. Os jogadores podem e devem divertir-se, faz parte. Já andei de braço a volta do Oliver no Pitch e ele não deixou de rubricar exibições top nessa semana. São pessoas e profissionais, merecem tal como qualquer um de nos.

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  4. O Evandro irritou-me sinceramente. Acho que é dos nossos melhores jogadores a criar espaços com o recurso à sua técnica, mas por alguma razão não queria soltar a bola. Eu percebo que quisesse mostrar serviço, no entanto, não penso que é a jogar sozinho que vai lá. Abordando outro ponto, sempre que a nossa equipa puxa a outra para a frente circulando a bola na defesa, tem depois dificuldade em sair e não consegue aproveitar os espaços criados por ser também lenta na troca de bola. Eu compreendo que era a segunda linha do plantel, mas penso que esta falha também acontece no 11 habitualmente titular, especialmente quando jogamos sem o Rúben Neves. Penso que o Lopetegui tem que treinar este aspecto.

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  5. Fizeram o que competia: ganhar. Não entendo a ausência de Sérgio Oliveira. Varela condenou o seu futuro no plantel, estando ausente do jogo. Cissoko não terá muito espaço na equipa e acredito qie Indi será realmente a segunda opção para a esquerda. Relativamente ao guarda redes, Helton é Helton e espero que na Taça da Liga seja Gudiño a ocupar a posição.

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  6. Olá!

    Muito bom, gostei do post
    Continue o bom trabalho...!
    Abraço

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  7. Estes jogos são sempre muito complicados, pois há tudo a perder e só se ganham encarando-os com profissionalismo, como aconteceu. Depois, individualmente, há quem aproveite e nesse sentido as referencias que fez são acertivas. Por ultimo, porque é que o arbitro não marcou pênalti, ao Varzim, quando falta foi clara e a cinco metros de distância de si?

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  8. Não se pode exigir muito a uma equipa composta por jogadores que não estão rotinados e a única adaptação que têm uns com os outros são os treinos. Dir-me-ão, ok, mas são jogadores do Porto só tem que estar preparados. Sim é verdade mas toda a máquina tem que estar oleada e não esquecer que jogaram contra uma equipa que milita na liga de honra e não uma que joga na terceira divisão e que perdeu 3-0 em casa com o Bragança e que foi preciso 2 golos de bola parada para ser eliminada. Osvaldo esteve bem precisa de mais minutos e de marcar para animar. Varela sempre a mesma nódoa. Há melhor nas distritais. Muito melhor. Sérgio Oliveira merecia ter tido esta oportunidade.

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  9. Concordo a 100% com o artigo; o bueno pode perfeitamente ser o 3/4 medio, corre bastante e tem grande visão de jogo e aparece bem a finalizar; ano passado melhor marcador espanhol na La Liga e tb jogador que mais correu. A coontratação de cissoko foi um erro; raramente um jogador que sai em grande regressa em grande; conclusão pagamos um salario chorudo e nao preparamos solução para o futuro.

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