É uma daquelas imprecisões prontas a lançar confusão: «Otávio chegou gratuitamente ao FC Porto», diz o Record. «Otávio chegou livre aos dragões», escreve A Bola. Como é lógico, não é verdade. Trata-se da eterna confusão (sim, aparenta ser mais ignorância do que má-fé) entre direitos económicos e direitos federativos.
A saber: direitos económicos são o passe do jogador, cujos 100% podem ser repartidos por diversas entidades (entretanto a FIFA proibiu a partilha do passe por terceiros). Já os direitos federativos são meramente os direitos de inscrição do jogador. Neste caso, não se podem partilhar. Não é possível inscrever 50% de um jogador na FPF, como é lógico. Logo, quando se lê coisas como «o clube tem 100% dos direitos desportivos do jogador», é absurdo, pois não é possível ter um jogador de outra forma.
67,5% por 7,5M€ |
Assim sendo, em 2014 o FC Porto comprou 33% do passe de Otávio, por 2,5M€, não ao Internacional mas sim ao Coimbra Esporte Clube, que é o clube do BMG, destinado a ponte como transação para outros clubes. É utilizado para inscrever e posteriormente passar jogadores para vários clubes do Brasileirão, entre eles o Internacional. Entretanto a SAD passou a ter apenas 32,5% de Otávio, pois cedeu 0,5%, não se sabe publicamente por quanto ou a quem.
Depois disso, o passe de Otávio ficou assim repartido: 33% continuam no Coimbra Esporte Clube; 20% pertencem a uma empresa registada em 2012 com o nome G. E. Assessoria Desportiva; e os restantes 15% ficaram na posse do pai de Otávio.
Durante a época 2014-15, Otávio não custou nada ao FC Porto na transação, pois a dívida de 2,5M€ ao clube do BMG manteve-se inalterável. Estava previsto a SAD fazer esse pagamento ao longo desta época.
A SAD ficou com direito de comprar mais 35% do passe de Otávio, podendo então ficar com até 67,5% do seu passe. Mas não pode comprar a parte do Coimbra Esporte Clube: pode comprar apenas a parte do pai de Otávio e da referida empresa de assessoria. E não será nada barato: comprar estes restantes 35% custa 5 milhões de euros.
Conforme foi opinado aquando da sua contratação, Otávio foi uma contratação cara e inflacionada, mas que tinha o que não têm os Samis da gestão da SAD: sentido desportivo. Tratava-se, e trata-se, de um jogador que mostra grande potencial e qualidade técnica. Demorou, mas está finalmente a mostrá-lo em Guimarães, com uma sequência de jogos que já lhe devem valer pelo menos um lugar na próxima pré-época.
Foi positivo para ele ficar em Guimarães. É bom não esquecer que só começou a ser titular em dezembro. No momento em que regressasse ao FC Porto, o mais provável era passar mais tempo no banco ou na bancada. No meio-campo de Lopetegui não caberia (o mais provável era ser desviado para a ala). Com Peseiro talvez tivesse mais espaço, mas o treinador terá entendido ter melhores soluções para o curto prazo. E não faria muito sentido tirar Otávio de Guimarães quando ele tinha acabado de lá conquistar a titularidade. Poderia ter sido um caso Hélder Barbosa v2.0.
Desde que começou a ser titular em Guimaães, Otávio já fez 6 golos e 6 assistências. Além disso, está finalmente a ter condição física para aguentar 90 minutos (coisa que por exemplo Quintero nunca conseguiu), algo que pode fazer toda a diferença com vista ao regresso ao FC Porto. Joga e faz jogar, tem tudo para ser uma opção válida para o médio prazo do FC Porto.
Isto para concluir: não chegou a custo zero, não, e até foi/será bem caro, pois em 2014 o FC Porto pagou por potencial, não por qualidade imediata - prova disso é que só a partir da 3ª época poderá ganhar um lugar no plantel. Mas a qualidade, felizmente, está toda lá. E a avaliar pela sua postura em Guimarães, o mais importante também: trabalhar a qualidade que tem.
Boas. Apenas faltou falar dos 400.000€ que foram pagos em conjunto com os 2.500.00€. Mas esses tb não sabemos quanto foi para o jogador, prémio de assinatura, para o pai ou para os tão importantes intermediários.
ResponderEliminarNão acho que já tenha capacidade para jogar os 90 minutos, contra o Braga viu-se bem isso.
ResponderEliminarDeixa-lo no Vitória de Guimarães emprestado foi uma muito boa solução.
ResponderEliminarDepois da B no ano passado (onde lhe vi potencialidades).
Era e é preciso que os jogadores na passagem da B para a A mostrem o seu valor e determinação um ano noutro clube.
Senão passa da B para a bancada da A e isso não é bom.
Esperar que ele demonstre o valor para o ano que vem evidenciando esta época, pois as exigências são bem maiores (ver caso de André Silva e Chidozie...)
Aspecto económico é que me deixa sempre de pé atrás (falo das comissões...um mal necessário, mas que julgo existir abuso enorme nas verbas...)
Gil Lopes
A palhaçada continua. Capela no Belenenses x Porto e Cosme Machado no jogo da associação recreativa e cultural do Alto dos Moinhos. E a sad do Porto? Silêncio total. Nas próximas eleições não há outra lista?
ResponderEliminarÉ este tipo de gestão que está a corroer os alicerces do nosso querido Clube, estamos há vários anos a destruir tudo o que foi construído com tanto trabalho e com tanto brilho. Quem adopta este comportamento não pode gostar do Porto, esta gestão é um absurdo...
ResponderEliminarEu vi foi muitas criticas aquando da contratação de Otavio absolutamente descabeladas.
EliminarOtávio deu desde inicio nos jogos da B, fortes indicações que tinha, o que muitos não têm: Muita, muita qualidade.
ResponderEliminarTenho a impressão que foi MAL gerido pelos treinadores por onde passou.
E agora o seu valor com uma sequência de jogos é uma : EVIDENCIA.
Declaraçoes do Presidente:
ResponderEliminarAlegada pressão da claque sobre Jorge Ferreira:
"Não sei do que está a falar, mas do senhor Jorge Ferreira eu demarco-me completamente do tipo de arbitragem e do árbitro, isso demarco-me completamente. A claque não tomou posição nenhuma, senão eu teria conhecimento, mas as claques não têm nada a ver com arbitragem. Protestam, como qualquer um tem direito a protestar e basta ver alguns programas televisivos de "pseudocomentadores" de futebol e o que dizem dos árbitros, que não ajudam nada ao futebol".
Nomeação de João Capela para o Restelo:
"Está a dar-me uma novidade (risos). Acho graça, porque quando me perguntaram quem é que eu achava que ia ser o árbitro disse que seria um de dois: o João Capela ou o Nuno Almeida, mas pelos vistos acertei. Não vou comentar os comentadores, registo factos, palpitava-me que seria um dos dois e acertei. Os meus palpites às vezes dão certo."
Três elementos na comissão de arbitragem mas só um nomeia:
"Acho que sim e há coisas incompreensíveis. Na semana passada estive no Conselho de Arbitragem, fui recebido para colocar determinadas questões, porque queria compreender, não foi para dizer nada, porque eles é que são os responsáveis. Mas soube de uma coisa que naturalmente também vos surpreenderá e que a mim me surpreendeu completamente. É que há uma comissão de nomeações formada por três membros, Vítor Pereira, Luís Guilherme e Lucílio Batista, e em todas as reuniões dessa comissão Luís Guilherme e Lucílio Batista abstêm-se e põem na ata da reunião que se abstiveram das nomeações por não estarem de acordo com a forma como está a ser gerida a arbitragem, nomeadamente por um senhor Ferreira Nunes de Coimbra, que controla as classificações e os observadores. E como não estão de acordo, não sou eu, são eles que não estão de acordo, estamos num impasse em que o Conselho de Arbitragem que tem três elementos para nomear árbitros e dois, por não estão de acordo com o funcionamento e abstêm-se. Se acham que isto dá garantias à arbitragem e aos bons árbitros, fico surpreendido"
OJOGO online
Como diria Mr. Burns: "Excellent"...
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