Confirma-se que, pela primeira vez em 120 anos de história, o FC Porto vai vestir cor-de-rosa. Esteticamente, como é claro, não pode agradar a todos, sobretudo para adeptos que no coração só têm uma cor: azul e branco. Mas eu diria que o FC Porto acertou em cheio no terceiro equipamento. Já lá vamos.
A Juventus já lucrou assim, o Real Madrid quer fazê-lo. |
O acordo com a Warrior, embora os detalhes ainda não seja conhecidos, não será substancialmente inferior ao da Nike. Uma escolha mais do que acertada. De que vale ser patrocinado por uma marca dita mais «prestigiada» se isso não traz benefícios económicos superiores? O tecido é o mesmo e tem o mesmo propósito: é para suá-lo.
O FC Porto, em 14 anos de Nike, conquistou 28 troféus no futebol profissional a representar a marca, entre eles 3 competições europeias. Nenhum outro clube igualou isto. O mercado português é pequeno e sem grande expressão mundial, mas o FC Porto, em palmarés, é o clube mais vitorioso do século XXI e é o clube que mais factura em merchandising e publicidade em Portugal (ups, surpreendidos? Pensavam que era o Benfica? Esse mito vai ser desfeito nos números partilhados mais abaixo).
De volta às camisolas cor-de-rosa. Certamente já viram, pelo Dragão, os cachecóis mulheres portistas. Doravante, em vez de cachecóis talvez possam ver camisolas. O terceiro equipamento é a oportunidade para explorar o mercado feminino. Como exemplo, a Juventus utilizou uma camisola alternativa rosa em 2012-13 e já confirmou que as vendas no sector feminino subiram consideravelmente: cerca de um quinto das 480 mil camisolas vendidas na época passada eram rosas. Calculando um valor bruto a 59 euros/peça, a Juventus encaixou qualquer coisa como 5,6 milhões de euros só às custas das camisolas rosa. Será coincidência que o Real Madrid vá apostar na mesma estratégia?
Uma boa aposta de marketing do FC Porto. E tocando neste tema, vamos observar umas pequenas curiosidades nos relatórios e contas do 3º trimestre 2013-14 dos dois maiores clubes portugueses.
1. O FC Porto, entre a rubrica merchandising (3,124M), publicidade e sponsors (10,942M), regista um encaixe de 14,066 milhões de euros.
2. O Benfica, que detalha apenas «publicidade e patrocínios» e não discrimina os números para merchandising, soma 12,444 milhões de euros. E isto inclui os rendimentos dos patrocínios das camisolas (PT e Central de Cervejas), patrocinador técnico (Adidas), direitos de naming e restantes contratos de publicidade de patrocínios.
E assim se desfaz o mito de que o Benfica tem a marca mais valiosa do futebol português. Num raro momento, vamos citar e concordar com o que disse o presidente do Sporting: «Há casas a cair que se mantêm erguidas por mera aparência».
Mais uma tirada cheia de classe. Depois do mito do orçamento, o mito dos patrocínios. Mais do mesmo por favor ;)
ResponderEliminar