Há sempre dois lados. A necessidade do FC Porto, um clube assumidamente vendedor, fazer vendas nos próximos 13 dias para salvar as contas 2013-14 já era conhecida. Daí o impasse na aquisição de alguns reforços. Mas importa lembrar a outra perspectiva: há clubes na mesma situação.
O custo de ter que vender para depois comprar |
Se é certo que Real Madrid e Barcelona, clubes que não dependem de mais-valias em transferências para subsistirem, têm jogadores dispensáveis que agradam ao FC Porto - embora o facto de ter que esperar que decidam o seu lugar no plantel prejudique o FC Porto na construção do seu, num processo mais lento do que seria recomendável -, os clubes de menor poderio financeiro também estão em contra-relógio.
Veja-se o exemplo de Ayoze Perez. O Tenerife, o empresário e o jogador tinham acordo verbal com o FC Porto desde o fim de março, mas a necessidade de garantir dinheiro vivo no imediato falou mais alto. O Newcastle acenou com o depósito directo de 1,5 milhões de euros no prazo de 7 dias e o negócio concretizou-se. O que o FC Porto verdadeiramente perdeu com este negócio, só o tempo o dirá.
Isto a propósito de Balanta. O central colombiano está referenciado como prioridade número um para substituto de Mangala (cuja saída também está num impasse), mas o River Plate encontra-se na mesma situação que FC Porto e Tenerife: necessidade de fazer um encaixe para as contas de 2013-14. Perante a demora na concretização da proposta, o FC Porto corre o risco de deixar Balanta escapar, uma vez que o central tem vários interessados em Itália.
O River Plate, com problemas de tesouraria, poderá ceder à necessidade de garantir dinheiro a curto prazo. Esperar por 1 de julho - ou pela primeira grande venda, e Fernando não chega - para começar a incluir despesa é uma necessidade do FC Porto, que mesmo na próxima época vai deparar-se com o mesmo problema. Veja-se o exemplo do rival Benfica, que já tem tudo tratado para vender Enzo Pérez ao Valência, mas com um pormenor combinado: depositar o dinheiro da transferência apenas a partir de 1 de julho, em 2014-15, de modo a começar já a salvar as contas da próxima época.
Este é preço de ser um clube assumidamente vendedor. O FC Porto depende de vendas para depois investir, o que obriga a uma ginástica negocial e de prospecção minuciosa. Sobretudo quando faltam apenas duas semanas para começar a pré-época e meia dúzia dos jogadores que farão parte do plantel de Lopetegui estão no Mundial 2014.
Começar a pré-época a conta gotas já será um furo no planeamento, mas pode abrir oportunidade para jogadores da equipa B, que à partida só fariam número, possam mostrar serviço e convencer Lopetegui. Rafa, Ivo Rodrigues e André Silva não podem entrar nas contas - e o Tribunal do Dragão ouviu que é um trio que merece a simpatia de Lopetegui -, porque deverão representar Portugal na fase final do apuramento para o Europeu de sub-19. Mas Mikel, Kayembe, Tozé (o empréstimo ao Estoril está num impasse) e Gonçalo Paciência, com possibilidade de surgir espaço para mais um ou dois nomes, podem aproveitar.
Preocupante sem duvida.
ResponderEliminarA necessidade de fortalecer a equipa é evidente, acredito que muitos jogadores tenham rendido menos que o normal pela "incompetência" do ex.treinador mas por outro lado as lacunas no onze são por demais evidentes e arrastam-se de há duas épocas para cá.
Um - dois seria o ideal - bom extremo com categoria para assegurar a titularidade, mais um central, um trinco e um ponta de lança para colmatar as mais que previsíveis transferências de Mangala, Fernando e Jackson... Espero que o trabalho esteja a ser desenvolvido com competência e que a Sad e o treinador estejam em sintonia.
Sinais precisam-se...
Boa tarde, Michy pode vir?
ResponderEliminarEste defesa dinamarquês que nos apontam, pode confirmar? Se não estou em erro falou que vinha um central lá da Escandinávia para os juniores...
ResponderEliminarConfirmar só tendo conhecimento de um contrato assinado, o que não é o caso, como o próprio Brondby explicou no seu site.
ResponderEliminarEsta semana haverá novidades (sinais!), independentemente da questão contabilística implicar que haja dossiês que só possam ser oficializados depois de 30 de junho.
Michy não é tema que possa ser aprofundado concretamente nesta altura.
Obrigado Tribunal do Dragao
ResponderEliminarFaz algum sentido esta notícia que queremos o Navas? Para que foram contratar o Ricardo então? Já temos guarda-redes amais!! Há outras posições para reforçar!
ResponderEliminarFaz todo o sentido, se Lopetegui entender que nenhum dos guarda-redes que tem à disposição tem qualidade suficiente para ser o número 1 do FC Porto. O Ricardo foi uma aposta unilateral do clube, não foi nenhum pedido nem desejo de Lopetegui. A sua permanência no plantel pode até estar dependente do veredicto da pré-época, os moldes da sua contratação e o seu propósito, até ao momento, não divergem muito dos de Sami.
ResponderEliminarAlém disso, para bom entendedor... http://otribunaldodragao.blogspot.pt/2014/06/excesso-de-guarda-redes-talvez-nao-e-o.html
E o Rafa do Braga? Sempre vem para aqui ou vai com o Éder para os milhafres? Sabe alguma coisa?
ResponderEliminarParabéns pelo blog!
Apenas um reparo;
ResponderEliminarAs compras não têm influência nos resultados mas sim nos fluxos financeiros.
As compras só têm influência nos resultados por via das amortizações contabilisticas no final de cada exercício.